sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Carta ao Pai Natal


Querido Pai Natal,

Venho por este meio comunicar-te o que desejo como presente para este Natal. Pensei muito antes de escrever porque a vida não está de luxos, mas cheguei à conclusão que não preciso de nada material.
Eu não sei se me consegues dar neve pelo Natal para poder brincar com a minha sobrinha, mas contentava-me apenas com um beijo quente das minhas princesas, gostava do abraço quente lembrado daqueles amigos que nunca esqueceram quem eu sou, de palavras com ternura envolta em carinho com uma pitada de amor para incentivar o alcance de uma pessoa melhor, de segundas oportunidades para todos aqueles que erraram, de tecto para aqueles que têm de levar com a chuva gélida ao adormecer, paz para cada coração aterrorizado, alegria para cada pensamento triste, esperança para cada desesperado afectado pelo efeito negativo do amor, dignidade por nós próprios, crença na alma que nos deu nome, coragem para vivermos aqui, acima de tudo Felicidade ou lá como isso se chama.
A única coisa que eu queria para mim era um recomeço de mim mesmo para mostrar ao Mundo que poderia ter sido outra pessoa, mas compreendo o teu receio de errar, não te culpo por nada, porque não foste tu que me desprezas-te quase todos os dias, mas o único a quem confio os meus pedidos. Já agora uma família.
Ouve o que as outras pessoas pedem porque eu não sou importante, aliás nunca fui e estou habituado, resta-me apenas pedir-te que consigas entregar tudo a tempo e que faças alguém feliz.
Aconselho-te a vestires roupas quentes por causa do frio não gelar o teu bom coração. Tem um grande Natal e que vivas eternamente. Despeço-me com um grande abraço para ti deste teu amigo de Portugal.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Chuva Poética

Caiu um e dois pingos sobre a estrada de espiche, era o início do choro que o céu nos tem proporcionado, mas é triste e falo comovido da angústia com que as nuvens carregadas e escuras pelo derramamento de tanta emoção percorrem milhas de mar celeste à velocidade do raciocínio das pessoas.
A paisagem recompõe-se numa madrugada que está imergida pelo nevoeiro cerrado que assombra a nossa luz, as árvores estão cheias de frio, pois o maroto do vento despiu-as e continua enlouquecido a gritar e a assobiar pelos montes e vales o grito que nos atormenta.
Cenário perfeito para embeber a inspiração naquilo que nos persegue e na glória que nos faz sonhar. Deito-me para ouvir melhor a afluência das palavras que se articulam em frases como as gotas que caiem e formam poças. É estupendo como num dilúvio se poderia construir bons textos, mas as pessoas não reparam porque o seu passo largo de sombrinha aberta virada contra as rajadas tapa-lhes a visibilidade da criatividade e não reparam na avenida que se abre em cerimónias para os que a observam.
Quantas pessoas já contemplaram em termo de comparação a força com que a chuva bate no vidro da nossa janela com um coração a marcar a compasso as emoções que passam pela nossa vida? Com dias assim todos poderíamos escrever textos bonitos para oferecer aqueles que mais gostamos como sinal de agradecimento e ganharmos o respeito que a chuva já ganhou na nossa vida.
És tu que embalas o meu sonhar em dias que a descrença do meu escrever é posta em causa por aqueles que souberam ler.
Boa Noite.

domingo, 30 de novembro de 2008

Poema de Guerra

Acordei desolado
E estarei a sonhar?
Não oiço as bombas a cair
Matando aqui ao lado
Pessoas que queriam voar
Deste Inferno a ruir.

Consegui sobreviver,
Mas já não tenho nada
Nem família, nem amigos
Só esta vontade de morrer
Nesta guerra endiabrada
De homens malignos.

Porque não falam?
Em vez de destruir
Cidades inteiras
Nas noites onde se embalam
Crianças a ouvir
Gritos de todas as maneiras.

Começou novamente
Estes tiros ensurdecedores
Daqueles que dizem trazer a salvação,
Mas morreu minha mente
E o meu corpo cheio de dores
Por paz no meu coração.

Sonho triste,
Continua esta guerra
Chuvosa e fria
Que consiste
Em dizimar a minha terra
Durante todo o dia.

Porque não se comportam
Como homens inteligentes
Em vez de bombardear
E dizimar o que não suportam
À distância. Já não há continentes
Onde as bombas nos deixem passear.

A guerra bateu-me à porta
E eu não a queria deixar entrar,
Mas não o consegui fazer,
Entrou e deixou toda gente morta
E com medo de respirar
Pelo sofrimento que é morrer.

Vagabundo

O nevoeiro é fumo que cega a alma da alegria que os outros esboçam, onde a indiferença de pessoas que achei valer a pena, transforma o sangue de minhas veias em veneno pronto a ser destilado por minha boca de forma a causar dor. O ódio é revoltado pela descrença da raça humana e a noite não é suficientemente escura para esconder a solidão e o desgosto que meus olhos transmitem em dias que o meu coração esgota-se de emoção.
Pacificamente a noite chegou ao céu estrelado por montes que esconderam o sol e onde se ecoam gritos de esperança. Encontro-me perplexo de tédio pela vida que levo, onde me criticam por qualquer ínfimo pormenor e sou julgado por ser uma pessoa que não ombreia o sue nome.
O presente lembra-me o passado, um passado que não consigo lembrar e um futuro que não sei, mas pressinto que o esquecimento veio para ficar e é aí que meus olhos fraquejam para não verem a realidade e o coração esmorece pela dignidade. Hoje está a chover e eu estou feliz, não só porque sempre adorei ouvir chover, mas porque significa que não sou o único a estar triste.
A luzerna do sol já me acorda, mas hoje não me sinto capaz de enfrentar a realidade, porque já não sei como combater a desilusão de ter perdido o pouco que tinha. Os carros hoje vão ter de se arrumar sozinhos, porque a noite não foi suficiente para me fazer esquecer que estou entregue a mim mesmo e que as poucas pessoas que me falam são os meus companheiros de residência de céu aberto e os voluntários da misericórdia que me ajudam a sobreviver.
Quando era pequeno adorava esta altura do ano por causa das prendas, dos enfeites de natal e da amabilidade das pessoas, mas agora que sou um mero vagabundo passam do outro lado da rua para não olharem para mim. A minha família morreu no dia em que me deixou de tratar como um inútil para me tratar como um desconhecido e então fugi para longe das suas acusações, das pessoas que me apontavam o dedo por não ser como elas.
Tenho saudades de alguns familiares e amigos, mas quando já vou na segunda garrafa de vinho para me aquecer sobre as condutas do metro nos meses frios, esqueço-me daqueles que deixei e adormeço na esperança de um dia ter coragem para os enfrentar. É verdade eu fugi para não desiludir e magoar as pessoas que amo, não consegui lidar a minha “ódiodependência” e dupla personalidade que me excluíram de ser um miúdo normal. A chuva fria bate no meu corpo como murros e salta nas pedras desgastadas que tantas vezes contei para adormecer do passado que tenta esquecer para não sofrer.

17 de Novembro

Acabo-me de deitar e começo a escrever o meu dia, nunca o tinha feito e eu sei que é infantil, mas hoje não pode passar incólume. Enquanto escrevo estas linhas, olho para mim e vejo um corpo desfalecido na alma, mas lembro-me do passado quando me deitava na cama ao som do MP3 e adormecia tranquilo ao som de uma boa música, por esta altura, de uma das músicas mais românticas que conheço onde o Axel diz: ”...Porque nada dura para sempre, nem mesmo a chuva fria de Novembro...” e pergunto-me onde estava essa chuva hoje?
Hoje fui convidado para ir a um sítio que eu tenho muita consideração, apesar de algumas peripécias para encontrar o anfitrião, encontrei e encontrei também uma greve onde essa chuva fez tanta falta para acalmar os ânimos, pois os grevistas lutavam pelo seu direito, com tarjas e cartazes, apesar de haver uns que não se coadunavam com a luta, alguns armados em reaccionários e outros em arrivistas tomando investidas hostis contra os fantoches dos fascistas que tentavam apelar ao bom senso dos injustiçados, mas nada lhes valeu a não ser uma limpeza no fato derivado dos ovos projectados.
Foi um dia em que eu vi que estava errado, porque passei de imprescindível a dispensável e vi jovens que outrora julgara fracos demonstrarem serem heróis por lutarem na sua causa nobre contra a perseguição que têm feito aos estudantes. De manhã enaltecedor e ganhador no snooker, à tarde disperso pela inutilidade.
A verdade custa ouvir, sobretudo quando descobrimos que o que acreditamos numa vida inteira pode morrer num dia como o 17 de Novembro. O governo quer comer tudo e não deixar nada para esta nação frágil e desequilibrada pelas migalhas que estes abutres esbanjam em manjares.
Pode ser um aviso para uma revolução, como aquela no mês dos revolucionários que deram ao povo o que ele já não tem hoje.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Amor (Visto por um Frustrado)

Quando estou no meu quarto e olho em meu redor, vejo livros de vários tipos, mas olho com cuidado para aqueles que contam histórias com várias peripécias e que acima de tudo o bem vence sempre o mal com a ajuda do amor.
Amor.....é curioso ser uma palavra que vence tudo rimar com dor e que nós somos desde pequenos incentivados à sua doença e que um dia o nosso coração se unirá com outro coração para todo sempre. O amor simplesmente morreu e já há muitos anos, porque desde há muito tempo que existe casamentos arranjados, dotes como benefício do casamento, manipulação de sentimentos em detrimento da conta bancária.
Com que moral estes casais falam de amor? E é este sentimento a que somos induzidos como indelével pela vida fora? A esperança de sermos felizes depende do nosso nome?
Quando era pequeno sentava-me na borda da cama e olhava pela janela as estrelas, na noite triste, pensando como seria a vida sem amor, agora que escrevo meus pensamentos acredito que haja paixão, porque se houvesse amor as pessoas não se divorciavam, não passavam por cima de tudo e todos por objectivos fúteis, eram felizes.
O amor de mãe é o único que é verdadeiro, porque apesar da nossa importância para o Mundo, elas gostam sempre de nós e não sentem isso como uma obrigação.
O amor é um negócio e eu já estourei o meu plafond de sofrimento. A paixão existe sempre, porque não é como a esperança que morre quando já não temos capacidade para sofrer.
O amor é uma ilusão, aliás como tudo.

sábado, 8 de novembro de 2008

A Queda Dum Romântico

Acordei sobressaltado e pensei que simplesmente acabou, é triste e estranho, mas tudo está diferente e já não volta.
Para que a alegria volte era preciso que tudo fosse diferente, porque o norte parece sul, o Inverno é idêntico ao Verão, a mentira é verdade, a verdade resume-se à cruel verdade, o amor é como uma loja onde quem tem posses compra uma imitação da felicidade, o coração uma máquina de fazer dinheiro, a realidade um inferno, a felicidade um sonho, a dignidade um estatuto inalcançável, o romantismo uma palavra sem tradução na nossa língua.
O Mundo tornou-se um lugar frio, onde a amizade sem dinheiro, é dos poucos sentimentos que sobreviveu a esta mudança que a vida concedeu aos seus usuários. O horizonte não está triste o suficiente que traga a chuva para lavar a maldade que existe dentro de mim, mas foi suficiente para apagar a chama do amor que residia nos corações das pessoas.
Para quê acreditar nem sentimento a que as mulheres não dão valor? Elas usam, deitam fora e depois a tristeza, que é para além de muita e só, faz nos sentir os seres mais vis do Mundo e que usam a sua escrita para pedir desculpas ou pedir clemência ao seu ser impiedoso.
Acabou. As mulheres são o nosso veneno e a perdição de as tentar fazer feliz leva-nos à loucura. Tenho medo!!! Vou dormir e tenho receio de acordar com o vento a segregar à minha alma que tudo isto ainda não acabou. A emoção de viver um grande amor escapa-se pela incapacidade das pessoas ouvirem o seu coração.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Poema Triste

Eu desisto de tentar
Ser uma pessoa normal
Que vive de aparências
Numa sociedade de imitar
O que outros fazem de mal
Para parecerem referências.

Nada do que eu possa fazer
Torna-se relevante nesta sociedade,
Porque o sonho de ser maior
Morre na noite que faz esquecer
O passar da amarga idade
Em comunhão de ser o pior.

Se o passado era quase perfeito,
Onde o álcool regava os nossos dias
E me saciava o esquecimento
De viver um sonho imperfeito
Por ter criado bastantes empatias,
Perdendo a vida em cada momento.

O sol não consegue iluminar minha alma,
Nem me tornar um ser perfeito
Com um bondoso coração
Onde o maior desejo era uma vida calma
Em que existisse algo de verdadeiro
Para alem desta triste solidão.

Perdi a esperança de ser alguém
E de me transformar numa pessoa boa
A quem os outros recordam com alegria,
Mas nunca encontrei ninguém
Que acredita-se que eu sou uma pessoa
Para alem desta imagem dura e fria.

O que me resta é sonhar
Com um dia em que a morte
Acabará com o sofrimento
Que eu sinto com este pensar,
Em que todos merecem a sorte
De me causar um eterno ferimento.

Angelicalmente toca-me o esguio olhar
De alguém que pouco me conhece,
Porque eu não sou que pareço ser
Nem alguém que possa avisar
Que o amor é para quem o merece
E eu não tenho esse dom para viver.

É apenas um poema triste
Que poucos irão ler,
Porque poucos conhecem esta realidade,
Para além de impiedosa, consiste
Em sonhar com a alegria que não se pode ter
E de viver para além da nossa ingenuidade.

domingo, 2 de novembro de 2008

A Revolta do Desgosto

A noite cai em cima do meu corpo débil de amargura, onde o frio é apenas uma brisa comparado com o meu coração que se encontra gélido de raiva e nem com a ajuda da chuva quente ele tende a ceder pela esperança de ser mais um a tentar encontrar o caminho da felicidade. Ela não morre, mas desgasta a alma porque a auto estima é uma ilusão da realidade que nos limita a mentalidade na descrença da idade por voos maiores. A morte é vista como a salvação para aliviar a nossa dor.
É triste viver com tendências para arranjar confusão e de ser acusado de todos os males do Mundo, apesar de outrora ter sido considerado um bom amigo, tenho os piores defeitos que a Humanidade conheceu e conhece, mas não conhece o poder que minha mente tem, os meus olhos ficam vidrados e com a sede de punir aqueles que apontam o dedo por não ser a melhor pessoa do Mundo. A realidade de ser uma pessoa má e que ninguém olha mais de que uma vez, a não ser que tenha medo, apenas o ódio alimenta a minha sede de vingança, esta realidade de merda que é a vida cometeu um erro ao criar-me e com isso o provocador da dor voltou para mostrar aos outros que a solidão e a tristeza do 18 é apenas uma forma de desculpa para os prevaricadores.

sábado, 1 de novembro de 2008

Criação do Mundo

Esta história remonta aos tempos da criação
Do Mundo, onde Deus tinha que lidar
Com um Diabo mentiroso a tentar sentar
Na Cadeira do Poder, mas ouvia sempre um não.

Um dia Deus precisou de ir tratar de uns assuntos aos confins,
Mas tinha de deixar alguém sentado na sua cadeira,
Então convocou três testemunhas para que de certa maneira
Confirmassem que tinha sido emprestada, por causa de alguns fins.

A Água, a Lua e o Sol assistiram à cerimónia,
Mas foi-se embora e o Diabo começou a iludir
As testemunhas, prometendo poder em troca de mentir
Para o Diabo assumir o poder e comandar esta Babilónia.

Passaram alguns dias e Deus acabou por voltar
Encontrando o Diabo sentado e pediu-lhe para a devolver,
Mas o Diabo disse que lhe tinha sido dada e não a queria perder.
Então Deus chamou os três elementos para poderem testemunhar.

Quando foram confrontados havia outra versão
A Água e a Lua mentiram com o intuito de ajudar
O Diabo a comandar o Mundo sem pensar,
Mas o Sol contou a verdade e explicou a razão.

Deus ficou muito zangado com toda esta situação
Retirando o Diabo da cadeira do poder
E castigando os seu cúmplices no seu viver,
Já o Sol em comunhão com Deus continuou a criação.

O Diabo foi remetido
Para as profundezas da Terra,
Por ter tentado espalhar a guerra
E por ter mentido.

A Lua apanhou o castigo de só aparecer
De noite para que pudesse iluminar
Todos aqueles que verdade não gostam de falar
E com a escuridão têm que conviver.

A Água o pior castigo e mais temível
Que foi nunca poder estar parada
Percorre todos os sítios acordada
Sem o descanso sempre apetecível.

Para o Sol ficou guardado o melhor lugar
Que serve para iluminar as pessoas de bom coração
Que não são manipuladas em nenhuma ocasião
E que viverá sempre para nos aconselhar.

Indiferença pela Incapacidade

O que posso eu dizer? Todos os meus pensamentos deambulam pelo vago, mas acabam por ficar comigo a sonhar com o inalcançável desta vida. Por mais que eu tente fugir ou disfarçar a revolta, ela acaba por me devorar e obriga-me a escrever sobre o meu destino, da vida.
Acham que é fácil falar na injustiça que eu sinto por ser diferente e de não a poder destruir, da agonia de ver tanta felicidade, da solidão imaculada que me é espetada no corpo pela alegria dos outros, pela necessidade de escrever para desabafar, da incapacidade de controlar a minha desumanidade pelas pessoas, da descrença no amor de viver.
Há sempre uma mulher por detrás da nossa queda, porque nós homens mais tarde ou mais cedo fazemos asneira. A minha está cansada e meu olhar perturbado, o meu sonhar desgastado na esperança do recomeçar.
Então pergunto-me porque escrevo sobre uma coisa tão infeliz? A minha escrita não serve como um pedido de clemência por ajuda de alguém, mas como de um alerta para aqueles que se revêem nestas palavras.
A nossa perdição é não saber controlar o coração.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O que eu gostaria de ser?

O que eu gostaria de ser?
A Alegria, a Magia, a Felicidade,
O sonho do céu azul ao amanhecer
Que morre com o ouro da idade.

O que eu gostaria de ser?
Imortal e omnipresente
Para nunca me esquecer
Que os amigos são passado e presente.

O que eu gostaria de ser?
Comandante do meu coração
Para lhe dar o poder
De relacionamento com paixão.

O que eu gostaria de ser?
Bonito, Elegante, Espectacular
Para que houvesse alguém a dizer
Que contigo quero ficar.

O que eu gostaria de ser?
O horizonte perdido
Onde o sol acaba sempre por nascer
No acordar de um pensamento esquecido.

O que eu gostaria de ser?
Uma pessoa especial
Para ouvir antes de morrer
Obrigado por acabares com o mal.

O que eu gostaria de ser?
Um sonhador
Para poder esquecer
Este Mundo de dor.

O que eu gostaria de ser?
Uma estrada com direcção
Para os perdidos que quiserem saber
O caminho a seguir para a rendição.

O que eu gostaria de ser?
O inicio da madrugada
Onde está escrito para toda a gente ler
Podia ser tudo, mas simplesmente não sou nada.

O que poderia ser?
Uma pessoa bem melhor,
Que não fizesse sofrer
As pessoas em seu redor.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Poema do Descontrolo

A noite escurecia a minha pobre alegria
E tu sempre em busca desta harmonia,
Comigo passou e contigo vivia
Só mais uma noite, só mais um dia.

Onde tudo parou e tudo se foi,
A alegria que restava morreu em mim.
Eras tu, não sabes como dói
O que tu provocas-te, eu nunca esperei nada assim.

Amanhece e tu não esperas em voltar
Para um homem que é fraco,
Fui o único que te cria amar
E tu afundas-te o meu coração como se fosse um barco.

Na esperança de voltar,
De uma reconciliação.
Já deixei de poder sonhar
Porque tu acabas-te com a nossa paixão.

Foste tu,
Quebramos os dois
Porque tu,
Pensas-te num depois.

E morri ali à beira do mar
Sem te poder dizer um simples adeus
Nesta história que acabou por me mostrar
Que jamais compreenderias todos os meus
Motivos, manias, preconceitos ou até dúvidas sobre ti
E cheguei à conclusão que nunca te conheci.

Na situação que nos juntou
Talvez não passássemos de duas crianças apaixonadas
E com o tempo e a diferença nada mudou
Porque acordo e reparo todas as madrugadas,
Já não consigo dizer-te que aqui estou
Porque para mim o nosso amor acabou.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Avôs

Nasci no mês dos castigados
No mesmo Hospital,
Já tinham passado dois anos
A quando a morte acabou com o teu mal.

Adorava ter-te conhecido
Por todas as histórias hilariantes,
Por todo o respeito que te é reconhecido
Desde esses tempos distantes.

Morres-te um sonhador.
Desculpa todas as lágrimas que chorei,
Que não eram de dor,
Mas de admiração por um herói que se tornou rei.

A distância percorreu as nossas vidas
Por caminhos de algum perigo.
No sarar de minhas feridas
Tu sempre foste um grande amigo.

Um grande trabalhador
Que vivia do dia-a-dia,
Para além de bom pescador
Um grande chefe de família.

No meu próprio dia
Foste enterrado.
Eu não o merecia,
Mas ao menos foste homenageado.

Na minha família os homens morrem da pior maneira,
Mas são lembrados como uma lenda que é verdadeira.

Obrigado avô Manuel e José.

sábado, 4 de outubro de 2008

Adeus Indesejado

A noite escureceu a alegria destes últimos dias, no horizonte ecoam todos os nomes que me caracterizam pela minha cobardia e a lua espelha a tristeza de não poder estar para de dar um último abraço ou mesmo um último adeus.
Um dos meus melhores amigos partiu e eu simplesmente não estive lá. A vida é como um jardim onde as flores são como os amigos que precisam de ser cuidadas e por vezes murcham ou morrem, mas nunca nos esquecemos que existiram. Até podem ser arrancadas para oferecermos a quem mais gostamos e do meu jardim perdi uma das minhas maiores relíquias.
A minha alma está destroçada e revoltada por não te dizer obrigado. Espero que não fiques magoado comigo e que a nossa amizade de anos não morra pela distância. O sonho comanda o coração, o destino a nossa vida, espero que voltes um dia para te dizer pessoalmente ADORO-TE.
Viver é desenhar sem borracha e para a despedida leva este poema como recordação:

Está a chorar o meu coração
Pela tua partida para esse lugar
Onde não sabem o que vales para mim meu irmão,
Dói-me saber que podes não voltar.

Adeus.

Soneto em Honra de Milton

Chegou o dia de partir
Para uma terra de desconhecidos.
Nunca te esqueças de sorrir,
Nem dos teus amigos.

A verdade é pensar
Que o sonho comanda o coração
E nele terás sempre um lugar,
Porque para nós és como um irmão.

Um Homem não é fraco quando chora,
Nem quando esconde a emoção,
Mas quando deixa um amigo, como tu, ir-se embora.

Não gosto de despedidas,
Porque nunca consigo dizer o que me vai no coração.
Obrigado Milton por teres entrado nas nossas vidas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Avenida Maldita

Olho para a avenida e ela está deserta, suja de folhas caídas das árvores, iluminada como a noite e triste como o meu coração. O rio que passa ao lado transborda com a mistura da água com as lágrimas vertidas de minha cara. O céu alegre está escuro e angustiado de ver as pessoas que deixaram de passar à minha rua só para não me cumprimentarem, a revolta é tão grande que chora comigo o esquecimento daqueles que outrora eu chamei amigos.
Meu gélido coração já não consegue distinguir as pessoas umas das outras. A raiva é para ser vivida como uma orientadora da vida, mas a minha tornou-se numa dependência. Será que só a minha pessoa merece ser castigada ou sou só eu que vejo a metamorfose destes animais que se alimentam de pessoas que ainda acreditam no amor?
O sol acordará um dia para eliminar estes preconceitos de que somos alvos por não sermos mais uma cópia sem personalidade destes manipuladores. O vento sopra a minha alma destes terrenos demoníacos e deixa o meu corpo desamparado nesta imensidão que se instalou na Terra.
O pior é que tanto esforço é inglório e seremos trocados por alguém que se mantém fiel a este Mundo cheio de futilidade. A revolução está na minha cabeça, no meu coração está a coragem por ela e nos meus olhos a fraqueza de que isto seja mais um erro. O caminho para a felicidade está submerso na nossa mente e cabe a todos nós com o coração encontra-lo.
Se somos amados, porque nos deixam ir embora?

Noite Triste

Que noite esta em que não consigo adormecer, o meu pensamento está disperso pelos momentos desta vida e atitudes que levam o coração ao abismo da emoção de saber que esta sociedade de consumo imediato e descartável não tem lugar para mim.
Tento adormecer para conseguir sonhar. Neste Mundo de sonhos, onde sou herói, a liberdade conjuga-se com a personalidade das pessoas que foi esquecida para sobreviver nesta babilónia, onde as pessoas não são julgadas pela sua aparência, onde se dá valor a quem o tem, onde se ouve os acordes melodiosos esquecidos que o nosso amor compôs. É neste Mundo que eu sou forte, porque nesta vida poucos me compreendem.
Posso ser um sonhador ou até estar um pouco iludido, mas serei sempre um eterno romântico, está no sangue sentir as emoções de maneiras diferentes, as palavras que acreditamos poderem mudar o Mundo e o poder de sonhar que ninguém merece ou pode tirar, são algumas características que nos revelam perante estes olhares indiscretos.
Quem sou eu? Não sou nada, nunca serei nada, não posso ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do Mundo.

domingo, 14 de setembro de 2008

Reflexões

De que posso eu escrever??? Amor??? Alegria??? Paz??? Felicidade??? Não!!! Só desta vida miserável em que sou condenado e manipulado. Escrevo pelos inocentes que sabem o significado destas palavras, para aqueles que se revêem em cada frase ou para aqueles que são reféns de si próprios e não sabem com o que podem.
Se a vida me castiga porque escrevo por ela??? É como um pedido de ajuda, de socorro pela clemência das minhas atitudes. O luar frio não consegue iluminar o meu sorriso que só se esboça por coisas insignificantes porque a alegrias dos outros eu não consigo alcançar. Esta alegria é tão triste que faz sentir a pessoa mais ridícula, passo as noites a pensar porque é que a vida me consome, esta vida que me faz perder familiares, amigos, eu próprio, o amor, o carinho, a amizade, o prazer de gostar de mim mesmo e o descontrolo emocional perante as situações imprevistas.
Peço desculpa, outrora fui uma pessoa a quem disseram ser um daqueles amigos que todos gostaríamos e precisamos de ter, mas hoje mudei. Fazia-me bem acordar e ver que tinha desaparecido. O tempo curava o esquecimento e a dor.
Tento criar amigos para quê??? Para os magoar??? Eu não sou ninguém para o fazer. Eu provoco as pessoas sem o querer fazer. Eu sinto que chegou o inferno do meu fim, eu já não confio em mim mesmo.
Eu odeio-me. Gostaria de agradecer a todos os que tentaram ser meus amigos. É um esforço inglório!!! Vai haver um dia que nasce e ninguém se lembrará destas palavras. Posso procurar a minha rendição, mas serei sempre um culpado.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A Minha Vida nesta Sociedade

Estou farto!!! Este Mundo é manipulado pelas aparências e conveniências das pessoas. De que vale ser um herói se a nossa natureza relega-nos para delinquentes só porque somos diferentes.
Se não temos aparência de primeira, se não temos financiamentos para sustentar as suas fragilidades, se não dançamos ao som de ritmos brasileiros, se não gostamos da “Indonésia”, se não falamos da mesma maneira, se não vestimos coisas idênticas ou se não bebemos até cair, não somos considerados Homens.
Estou farto de serem sempre os mesmos a triunfar e os mesmos a perder. Estou farto de perder!!! Eu odeio perder. Perco porque não sou como aqueles galãs que são manipulados e extorquidos pelas princesas que falam do alto e não são correspondidas porque eles não conseguem formular uma frase com mais de cinco palavras. O Romantismo e o Glamour deram lugar ao deboche e à futilidade.
Depositei demasiadas esperanças nesta festa e acabei despedaçado por me sentir um inútil e acima de tudo deslocado desta felicidade toda. Estou quase a fazer uma volta de 180 graus à minha vida e arrisco-me a ficar sozinho neste tédio de movimentos obscuros e silenciosos que atacam da cabeça aos pés.
O coração chora e repete que há pessoas que não deviam vir estragar o destino traçado pelo sangue dos derrotados. Sou diferente porque não sou mais uma cópia destes mascarados. O sol para nós, rejeitados desta sociedade de consumo descartável, não brilha tanto como para os iluminados e a noite é tão fria como o coração dos iluminados.
Espero que a vida ao menos tenha um final digno para mim!!! Não nasci para perder, não porque me consigam ganhar, mas porque me excluem por não alinhar neste circo de fantochadas. Um dia irá chegar, só espero que ainda seja vivo, em que estes modelos cairão no lugar em que eu me tento erguer.
Nós vivemos em Mundos diferentes!!!

Vida Indesejada

A manhã acorda submersa nas batalhas perdidas que a vida proporciona por um pouco de Felicidade. Os sonhos de uma pessoa são pensamentos desesperados pela atenção de alguém. O murmúrio que é soprado de longe por aqueles que acreditam na magia da noite, os gemidos dos apaixonados, o barulho destas teclas parecem sintomas de que nunca poderei ser nada.
A vida esquece que eu existo, a morte pisca-me o olho e eu olho para o infinito como o modo de gravar no horizonte os nomes daqueles a quem eu estarei sempre grato. O meu coração suspira por quem não sabem e sofre por quem não deve, à parte disso morrerá um dia como parte de uma história que nem todos compreenderam.
Quem sou eu? Quem somos nós? Será que estamos todos errados?
Os pesadelos de morrer sem te dizer que tu és importante e que para mim serás sempre a minha querida. M**** de preconceitos e de histórias que inventam só para que as pessoas não possam ser felizes. Que se f*** este Mundo onde somos julgados pela nossa aparência e não pelo nosso valor. Para quê? Se um dia ficaremos reduzidos à mesma m****, porque é que somos julgados pela nossa aparência? Porque é que não podemos ser todos felizes?

Vida

Há sentimentos difíceis de explicar? Sinto-me abandonado não porque tenha deixado de ter alguém para conversar mas porque tenho sido enclausurado por um demónio. Sou refém da minha própria vida. Já não sou capaz de utilizar os meus pensamentos em benefício do meu bem-estar e transformei-me numa máquina alimentada a ódio que se serve das palavras venenosas como a prova do seu sofrimento para despedaçar a harmonia das pessoas que não são injustiçadas.
Dantes ainda utilizava o humor para camuflar o inesgotável e deplorável destino que eu não escolhi, agora os meus olhos vacilam e o meu coração tornou-se num iceberg espalhado pelo oceano. O que terei feito noutra vida para merecer isto? Vivo a vida a fugir do desespero mas já escasseiam as forças de uma luta que não é minha.
Será que vale a pena continuar a viver? Até alguns familiares me viram as costas, eu nem sei como é que há pessoas que ainda me falam? Elas sabem que eu não sou boa pessoa mas tentam acreditar que um dia eu mudarei e poderei a voltar a ser o L*** C******* que poucos conheceram e que ouviram falar outrora.
Porque é que ainda respiro?
Será que um dia o destino vai me dar alguma alegria?
Mal tratado e excomungado desta sociedade omnipresente da desgraça. Será que posso um dia vir a ser feliz?
A vida esgota-se por entre as mãos em busca da morte inglória.
Será que eu mereço isto?

Guerra

Esta vida é uma guerra, o vento sopra raivoso como forma de advertir a minha benevolência em relação aqueles que se esqueceram de mim. Sim, a minha perdição é não conseguir admitir que sou fraco e que tenho necessidade de ter atenção.
Amigos com quem falo dizem que eu preciso de uma namorada, mas eu penso...., quem é que me quer? A tristeza é tanta que anoiteceu friamente, o esquecimento provoca a minha maior qualidade/defeito. Não compreendo quando até a minha própria mãe diz que eu tenho mau feitio, normalmente as mães dizem que somos heróis, talvez também o seja para a minha mãe, mas acima de tudo ela teme que o meu comportamento prejudique alguém ou até eu próprio.
Talvez seja a pior pessoa do Mundo? Talvez mereça estar abandonado, mas acima de tudo agradecido por estar rodeado por aqueles que realmente se lembram de mim, aqueles que me dão os parabéns, aqueles que me perguntam se estou bem ou o que se passa comigo, aqueles que são meus amigos do coração e não por conveniência.
Poderia morrer hoje, mas saberia quem iria chorar no meu funeral pela tristeza de eu desaparecer para um lugar onde ninguém quer morar.
Adormeço e acabo por acordar, estou encharcado, sonhei que esta guerra tinha dado lugar à Paz no Mundo e que eu estava feliz. A minha coragem esgota-se pela tomada de posições nesta guerra. Sinto-me só com as vitórias perdidas, com os aliados que se tornaram inimigos, com a capacidade de que eu tenho em desistir. Esta guerra é muito dura e desigual.
Se calhar vou render-me para que não tenha que assistir à minha queda e ao espectáculo que vem dos céus quando as nuvens formam o meu coração com a frase “I HATE MYSELF”. Os meus olhos em vez de verter água choram o sangue que o meu coração rejeita por eu ser fraco.
O sonho de que um dia eu vou regressar ao pôr-do-sol com o pensamento de uma guerra acabada e do início de uma batalha épica contra mim mesmo. O medo de que o meu pior lado sobreviva é constante. Quem me dera ser alguém normal!!! Que me dera que houvesse alguém capaz de julgar e lutar contra aquilo que eu não sou. Já não consigo olhar para o horizonte com tantos nomes gravados, com as próprias lágrimas, de todas as pessoas a quem fiz mal ou magoei.

Dias Difusos

O dia nasceu triste e com vontade de chorar. As pessoas caminham receosas em direcções opostas. Tudo passa mas fica este tédio de impotência pela compreensão da vida. Sonhei contigo toda noite e cada vez acho mais impossível.
Tu não falas comigo. Se calhar fui indelicado contigo? O teu silêncio perturba o meu corpo, parece que me largaram a mil metros do chão, mas olhas para mim como se nada fosse. O teu olhar castiga a minha alma induzindo-a à destruição da minha auto estima ferida pelo abandono dos meticulosos. Eu não sei como te chamar? Umas vezes pareces perto, outras longínqua. Será que o nosso relacionamento um dia irá melhorar? Afinal quem és tu? Capaz de manipular os sentimentos deste “amigo” que nem sabe se tu és forte o suficiente para lutar contar os outros por mim.

Ilha

Passam dias e noites em que a vida parece ser uma ilha onde só coabitam duas pessoas. Neste lugar onde a tristeza está em todo o lado, onde o sol nasce de má vontade para o dia ser baseado em sombras, onde tudo é novo, tudo é amor, onde as pessoas necessitam de amar e ser amadas, onde não sabem o que são lados do coração.
O barco do amor de vez em quando passa por aqui, mas esta ilha será sempre solitária e habitada por milhões de pessoas, tal como eu. Este lugar não é aquele que sonhei, nem aquele que existe em ti e que eu pensei em ir ficar.
Só tu sabes o caminho para me tirar daqui. Sonhei com este momento dias e noites onde ficávamos juntos para eternidade, deste coração apaixonado é a única razão pela qual ele bate todas as manhãs.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Poema para Alguém


Porque é que temos de sofrer pelas pessoas erradas
Quando estamos nos momentos mais fracos
A precisar de carinho e de pessoas abençoadas
Que nos ajudem a sorrir e a ter aquele brilhozinho nos olhos?

Necessitar de atenção
Não é nenhuma vergonha,
Pois o nosso coração
Alimenta-se por quem sonha.

Na festa de Santana
Estavas divinal em todo o teu esplendor,
Adoraria recordar o teu lindo sorriso em honra de Santa Ana.
Fazes sofrer qualquer sonhador.

Quem me dera não sentir
A tua indiferença e o teu desprezo
Ou a dor do teu partir
Para o esquecimento onde estou preso.

Não sei que sentimento é este
Que me consome o corpo e a alma
Nestes dias difusos em que persiste
Este ardor de sensações percorrido pelo amor.

Que noite esta
Em que estamos sozinhos
No recinto desta festa
De diferentes caminhos.

Conhecemo-nos na escola
Depois de alguns desentendimentos,
Alguns até por causa da bola.
Hoje sofro pelos nossos momentos.

Pensava que éramos inimigos
Quando descobri que não era a tua opinião.
Tornamo-nos “grandes” amigos.
Hoje sofro por ti, que me diz é o meu coração.

És tão doce e pura
Anjo de uma terra com nome esquisito
Com traços de doçura
Já não sei o que sinto.

A minha auto estima
De sofredor e sonhador
Nesta noite com clima
Festivo de sonhos está a provocar-me dor.

Minha querida, que noite maravilhosa
Poderia ser esta em que nos cruzamos
Se a tua alma bondosa
Me aceita-se como algo que não somos.

Aviso Angelical

O dia acorda triste depois de mais uma noite em que o verbo amar deu lugar ao verbo sofrer e onde adormeci na raiva de não poder sonhar contigo. Eu decidi que não voltarei a bater na tua porta novamente, não porque tenha deixado de gostar de ti mas para não ver quem se esqueceu de mim.
Junto-me as estes dias em que o céu se lembra de chorar pela tua falta, ficam enegrecidos pela solidão e tornam a vida um lugar frio. Lá fora ninguém sabe o que por dentro há vazio, porque em todos há um lugar onde o amor é sinónimo de felicidade e o meu resume-se à força que me deu quando tudo parou em ti.
A ferida que tu abriste está difícil de sarar, a sombra dos dias espelha a minha mágoa por ter morrido aos teus lindos olhos. Que amanhã será esse em que acordamos longe um do outro?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Retrato de um Assassino


Da sombra ergue-se cheio de ódio e com sede de vingança pela felicidade de quem lhe virou costas. “Do que seria o Mundo se não houvesse Medo?” é o lema de vida deste Homem frio e desumano que se esconde numa pessoa fraca e dossel como forma de ganhar a confiança das pessoas para depois aplicar o esplendor da palavra sofrimento.
Nas veias corre-lhe veneno em vez de sangue, os olhos ficam cerrados pela dor, o coração arde e espalha sentimentos que geram pânico, a mente ajuda o seu alter ego a ser implacável, as mãos pequenas e cansadas de magoar, a roupa mancha-se de sangue.
O medo dos outros é o seu alimento. A lua cheia anuncia que sangue irá ser derramado e que nesses dias haverá tristeza e amargura nos rostos dos familiares e dos defuntos. Este Homem apaixonou-se pela morte e casou-se com infelicidade. Para ele nunca haverá Paz no Mundo porque a Vida é uma Guerra contra nós próprios e ele já venceu o seu lado bom e o seu desejo é semear a desordem por entre as pessoas. O gemer de dor e o gritar de clemência faz com que este Homem se sinta realizado e que neste Mundo exista sempre alguém que lute contra a Felicidade.
A raiva gerada pelos traidores que este Homem outrora pensou serem seus amigos é inesgotável e para ele todos vão ter que sofrer o que ele sofreu, um dia não restará pessoa nenhuma que possa contar o terror do luar e que nele sobem as almas que o subestimaram, finaliza num silêncio que é o único amigo que não atraiçoa. Deita-se na cama que fez, porque a imortalidade é um sofrimento. Ele é diferente de todos os outros porque a Vida para ele é o sofrimento dos outros.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Noite


A noite cai fria e escura submergindo aldeias inteiras, destruindo sonhos e criando expectativas. A noite revela no seu luar quem somos. Noite após noite, dia após dia, até o passar dos anos queima como castigo pelos nossos actos e atitudes. O pior é a nossa consciência não nos deixar viver e fazer-nos lembrar que somos más pessoas, maus familiares e que acima de tudo poderíamos ser felizes e desperdiçamos as oportunidades por orgulho.
O vento que apagou o nosso caminho deixando-me o teu sorriso como arma para combater o frio que faz cá fora e que eu não vejo a hora de voltar a ser quem era. Agora sofro pelo mal causado e dói-me o desprezo criado pela solidão.
Não voltes, pois eu mudei. Quem sou eu? Sou quem nunca pensei ser. Tenho vergonha que tu me vejas assim.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Dias


Os dias passam
Por entre as nossas mãos
Sem os podermos agarrar
Em direcções opostas
Como forma de nos baralhar
As respostas
Que procuramos
Nos nossos irmãos
Pelos dias em que me deixaram.

Esses dias
Em que outrora
Eu tentava ser maior
Para estar ao mesmo nível
De todos os amigos
Que são como referências
Mas que se foram embora
Por vários motivos
Deixaram-me neste terror
Por ser um miserável.

Deixou de valer a pena
Ser o que era
De lutar pelo que não volta
Porque já nada importa
Nesta cena
De filme “bera”.

Agora deito-me na cama
Esperando dias melhores
De orgulho e fama
Para honrar os vencedores.

Nesses dias que virão
Cheios de mudança
Iluminados pelo luar
Que o Homem das silvas trás
Como um ponto de viragem
Para todas as coisas más
Acabarem numa viagem
Com muita esperança
De isto acabar
Em paz para o coração.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Morte=Vida


Este Mundo está recheado de ilusão,
É movido por pessoas que lutam para sobreviver
No que está guardado no coração
Daqueles que acreditam no seu viver.
De uma coisa a quem um dia alguém chamou Destino,
Numa desculpa à Morte
Somos levados à acreditar num final digno
Ou na execução pela falta de sorte.
Neste caminho sombrio
A que a Morte chamou Vida,
Esconde-se sentimentos e experiências vividas a frio
Por uma sentença que já está escolhida.
Este caminho pode ser feito
Com Amor e Carinho,
Mas ninguém está sujeito
A continuar o caminho.
Um dia morreremos todos,
Esperando um pouco de dignidade
Pelos feitos que realizamos,
Esperamos pela imortalidade.
A Vida é manipulada
Pela Morte a seu belo prazer,
Usa o Destino como desculpa imaculada
Para o que nos faz sofrer.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Felicidade


O que é este Mundo?
Uma arma que nos tira a vida num segundo
Uma aparição do Amor!
Como é que se consegue viver neste terror?
Haverá paixão suficiente
Para mudar a tua atenção inteiramente?
Um dia conseguirei ser uma parte da tua vida
Que a noite insiste em ficar enegrecida
Para esconder a Felicidade,
Mas o que é a Felicidade?
Eu acho que é a porta do coração
Que ao estar aberta proporciona uma vida cálida de emoções denominada Paixão
Ora fechada que explode retumbantemente a alegria e esconde-se na Solidão.
Que destino periclitante é este?
Para sobreviver é preciso continuar a sofrer.
Preciso do Sol para me iluminar
O caminho para poder realizar
Um sonho persistente
De ser Feliz e ter a meu lado
Quem eu sonhei no passado
Para no futuro se realizar
O que no presente me está a matar.
Já encontrei a chave
Que me pode tornar numa pessoa suave
Mas tende a ignorar
O que o seu coração lhe está a chamar.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Poemas do Desespero

Consegui manter a minha razão
Apesar das tuas atitudes,
Está desfeito o meu coração
E já não tenho virtudes.

A alegria que se esconde
Dos medos e da dor,
Todos perguntam onde
A podemos encontrar
Para depois gritar
Está escondida no Amor.

Talvez um dia possa perceber
O que tu querias com esta situação,
Só consegui sofrer
Por causa da tua intenção.

Necessito de ser compreendido
Como qualquer mortal,
Sinto-me um Homem perdido
Neste Mundo imoral.

O país está mergulhado na dor,
Espalhada por estes governantes
Que tornaram isto um terror
Por causa de serem importantes.

Já não sei o que fazer
Com esta situação,
Se digo o que tenho a dizer
Ou se escondo esta emoção.

Toda esta alegria
Consegue-me perturbar.
É como se tivesse perdido a magia
De poder continuar a sonhar.

Esta terrifica melancolia
Apoderou-se do meu coração
Destruindo toda a minha alegria
De um Homem em estado de destruição.

Percorro esta estrada, mas não sei se tem saída,
Com o sol a iluminar as profundezas da escuridão
De uma vida que se encontra completamente perdida
E destroçada na mansidão de uma fria solidão.

Magoei quem não devia
Porque deixei de querer viver
Por quem não merecia
Que eu continuasse a sofrer.

O vento que não se faz sentir,
O tempo que se vai esgotando
Do infinito sem resposta ando
Por um Mundo que não me consegue ouvir.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sociedade

Este país que é gerido pelos governantes,
Situado entre dois elementos,
É manipulado por estes interesseiros
De actos e ideias transcendentes.

A nossa querida Nação
É debicada por corvos
Que não passam de uns mentirosos
Com o objectivo de acabar com a união.

O país está a ser dizimado,
Um Império que outrora foi rico,
Parece obra do Mafarrico
O clima de terror por ele espalhado.

Já não há nesta região
Homens que consigam dizer
Que este país está a sofrer
Com os abutres desta legião.

Dos combustíveis transformamo-nos em escravos
E é deles que faz girar
O Mundo enfraquecido do trabalhar
Destes Homens imaculados.

Esta Sociedade está dividida
Entre ricos e pobres,
Os pobres cada vez mais pobres
E os ricos com uma vida assumida.

Não sei onde isto vai parar
Esta Sociedade de oportunistas,
Esta Sociedade de intriguistas
Esta pacotilha de embalar.

O povo obediente
Já não consegue acreditar
Nesta forma de lutar
Que tem o nosso Presidente.

Há pessoas que não têm comer
Nesta Sociedade de consumo
De combustíveis sem rumo
Que não param de crescer.

sábado, 21 de junho de 2008

Noites Únicas

Hoje começou o Verão. O dia foi passado como manda as regras da minha Terra. Depois do jantar fui levar o lixo e beber um café. Sentei-me a ler o jornal enquanto decorria um jogo do europeu, depois vi um jogo de snooker sentado numa cadeira e observei uns declamadores vangloriando-se do seu escárnio e mal dizer. Acabei por jogar como o declamador veterano, por sinal um dos melhores, perdendo na negra.
Vim para a rua falar e conviver com a malta mais velha e reparei que estava uma noite espectacular. A minha Terra de Verão costuma ser fria por causa da aragem fresca do mar longínquo e hoje simplesmente consegue-se estar na rua de manga curta. Hoje o céu escuro é pequeno para esconder as estrelas luzidias e a lua apetrechada de paixões estilizadas no glamour do seu luar. Hoje está uma noite como há poucas na minha Terra, a própria noite camuflou-se de luz e cor para dar as boas vindas ao Verão, o escuro contrastando com a luz do amor que gira em torno de dias como este e que muita gente pode dizer que hoje Felizmente Há Luar.
É dias assim que fazem do amor uma forma de vida. Tudo perfeito e um ambiente extraordinário de loucura selvagem cruzado com um clima melancólico e de antologia angelical.
É nestes dias que o impossível torna-se possível e em que os fracos podem-se tornar heróis e deles se rezar a história.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Amor

A Lua ergue-se de sete meses com um esplendor gracioso e brilhante que explora o calor dos meses loucos, fazendo qualquer pessoa titubear em relação à sua Vida. Outrora pensara que o meu coração fosse indelével e num ápice desmoronou-se num coração frágil e doce esperando que tuas ternurentas mãos me ajudassem a compreender a palavra mais utilizada em todo o Mundo. Eu hoje consigo perceber que estar apaixonado é uma sensação única e que nem toda a gente consegue sentir.
Não consigo lidar com esta bátega de sentimentos mas faz-me sentir o Maior e o mais realizado neste Mundo lauto de oportunistas. Não quero voltar a ser um legionário da solidão. O Amor não deve ser só o himeneu, mas uma forma de viver em harmonia e um dever de vivência como o apogeu da nossa Vida.
Alguém sabe como se para o coração de palpitar com tanta velocidade que mais parece uma locomotiva a todo o vapor que nos leva à estação da Felicidade ou dos multifacetados acontecimentos e pensamentos que eu interligo mentalmente à tua imagem? Alguém sabe? Para quê? É doloroso mas no fim é divinal poder sonhar a realidade de ser Feliz.

sábado, 14 de junho de 2008

Som

O dia amanhece lentamente e já alguns se fizeram ao caminho para a escola onde nós conseguimos aprender os pormenores da Vida. Começa a aula e a professora imponente começa a desmantelar as palavras sábias oriundas do latim e consegue a nossa atenção explicando que o som é uma sensação auditiva produzida por vibrações mecânicas de frequência compreendida dentre determinados valores......
Foi a nostalgia destas palavras que me fizeram ver como a minha vida é rodeada de sons que me levam, muitos deles, ao desespero e a voracidade do meu pensamento em conseguir engendrar pensamentos decapitados de verdade e então o ralhar da professora toma o poder de minha imaginação alegando que eu estava desconcentrado na aula e eu memorizei palavras de desgosto e mantive-me calado.
No intervalo venho cá fora ver o corrupio do pessoal por um bocado de nicotina e conseguimos apercebermo-nos do tossir derivado do tabaco, da gargalhada hilariante daquele petulante amigo que consegue mascar pastilha durante horas e consegue dar conselhos como ninguém.
Depois do almoço venho tomar o café com minha mãe, vou desfolhando o jornal lendo as notícias e observando o espalhar da rádio e os velhos que conseguem estar horas a bafejar no cigarro como se tivessem a queimar o destino mergulhado no desprezo. Vou-me embora e reparo no caminhar dos transeuntes que o fazem porque estrepitosamente as nuvens correm em busca de um dilúvio. Bato a porta de minha avó e ninguém responde, vou até ao quintal ver se ela está lá, mas encontro um cenário desolador com uma azafama descomunal dos animais, a aflição das vitimas da chacina e o lacrimejar dos companheiros do galo Custódio. Encaminho-me para casa mas ainda oiço os animais conspirar o amarrar dos traidores e neste momento piso uma poça de lama e oiço chapinhar na água, era a minha mãe que veio ter comigo e disse-me para ir para casa. Deito-me a ouvir o assobio do vento a dilacerar o trigo e a acidez da chuva a bater no vidro, com o rufar da vida, o estalar da pele e o crescer da barba adormeço.
Minha mãe vem ao meu quarto com um respiração ofegante e a sua voz periclitante chamar-me para jantar. Sento-me à mesa e o barulho da televisão incómoda o meu beber de satisfação, o meu comer de contentamento e provoca a queda dos talheres em cima da mesa, o chocar do copo com o prato e ao abrir a garrafa o derrame da bebida, descontente vai largando sobre mim histerismos de impaciência porque quer ir ouvir as récitas do padre no terço e eu coçando a barba aceito as suas ordens para que ela possa ouvir o sino a tanger em sossego. O murmúrio da noite leva-me a deitar na cama e puxar do meu mp3. Ligo-o e começa a tocar o som que o mano Wilson me arranjou, é a “Vida é só uma (esta e mais nenhuma)” onde se prova que o Ribas e companhia continuam fortes e com uma poética espectacular. A música chega ao fim e prossigo o meu devaneio musical passando pelo tocar sombrio do piano de Sassetti na palavra dos Da Weasel acabando na música que o mano Fred me arranjou, onde os Rage estão fortíssimos conseguem um balbuciar inacreditável de palavras venenosas cuspidas em todas as direcções, o Tom a extorquir o melhor daquela guitarra estridente, o Tim a dissecar aquele baixo sufocante e o Brad a manusear ferozmente aquela batida frenética de uma bateria incansável e nisto o telemóvel começa a vibrar, uma mensagem do diabo feminino a pedir-me para que eu reconsidera-se e a pedir-me desculpa pelos seus actos e nesta parte o grande Zack de la Rocha a gritar “no more lies” e foi ai que começou a fogueira de ódio, o gemer de dor, o olhar perturbador, a velocidade do amor a esgotar-se, o sabor da desilusão, o latejar da solidão cravejada de melancolia desesperante de um poeta enterrado a muito e angustia da falta de coragem de ela ter mandado uma mensagem em vez de ter coragem de ouvir o ranger dos meus dentes de raiva e me dizer cara-a-cara tudo o que disse por digitação de números. Enquanto ramificava as ideias acabei por adormecer. Um adormecimento esquisito porque não consegui para de pensar nos tempos em que eu dedilhava o teu cabelo. O meu cérebro não descansa por causa do ruído do pensamento, do roer da consciência e do destroçar do arrependimento até que uma voz me disse que as más notícias podem ser boas se forem lidas de outra maneira.Acordo suado e perturbado com a confusão instalada em minha vida, capto os meus passos no soalho, agonia-me o som do autoclismo, consigo pressentir o adormecimento da água nos canos e estilizar o tempo em cada gota que cai da torneira como se fosse o aproximar do inferno do meu fim. Volto-me a deitar e passadas todas estas sensações auditivas conclui que o pior som do Mundo é o palpitar de um coração rejeitado e o melhor do Mundo é o palpitar de um coração apaixonado.

Soneto à Natureza

Ó Natureza! Onde já chega a tua tristeza?
Já provocas a Guerra,
Tu, Ó Mãe Natureza!
Estás a destruir toda a Terra.

O teu chorar submerge aldeias
E o teu gritar destrói-as por completo.
Eles não se preocupam com estas mudanças
Apenas com o desperdício do ouro preto.

Destroem florestas inteiras
Por causa da sua ambição
Provocam muitas asneiras.

Sofres-te muitas alterações
Derivado desta poluição.
Cuidado com estas malditas Nações.

Poemas

O teu cabelo comprido
Que envolve o teu lindo rosto
E com o teu olhar querido
Me deixam bem disposto.

A minha maior tristeza
É não te conhecer melhor
Para desfrutar da tua beleza
E do poder que é sonhar,
Que um dia te vou chamar
A ti, meu Amor.

Foi-se embora o meu amor,
Eu nunca mais a vi.
E não passa este horror
De pensar que a perdi.

Eu não estava preparado
Para este destino execrável.
E agora me deparo
Nesta situação miserável.

A nossa maior dor
Começa no coração
Origina o Amor
E transforma-se em paixão.

O pensamento
É a capacidade de imaginar
As palavras no momento
Em que estás a sonhar.

Navego pelas memórias
Lembrando-me quando era o maior.
Agora apenas esvazio garrafas
E decifro o significado do Amor.

Respira-se aflição no ar
E já não há alegria,
Já não sei o que é amar,
Estou farto desta melancolia.

Deito-me nos pensamentos
E desapareço no luar
Mostro-te os meus sentimentos
Enquanto estás a sonhar.

Minha alma foi roubada
E espancado meu coração,
Pior do que uma pessoa rejeitada
É uma pessoa cheia de ilusão.

Minha vida foi deturpada,
Meu sangue dissecado,
Minha alma limitada
E o meu demónio libertado.

A terra está dorida,
Todos esperam dela o melhor
Está como a minha vida
Cravejada de sonhos e dor.

Meu coração está destroçado,
Não melhorou com panaceia.
Sinto-me cada vez mais amargurado
E refugiado em minha ideia.

As armas têm que se calar
Para a Guerra terminar,
Para a Paz chegar
E para podermos descansar.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sentimentos Mudos

Olho para o céu e vejo o sol que ilumina a minha alma dos desgostos que a vida proporciona. Ajoelho-me no teu olhar, imagino-te como uma parte de mim. Interrogo-me porque a distância nos separou.
Vejo o sol a fugir do horizonte para não ouvir os meus desgostos e para dar lugar a noite que traz o álcool subjacente à desgraça. Respiro o fogo do teu desprezo e sinto o calor da tua angústia.
Escrevo textos para exprimir a falta que tu me fazes, palavras que nunca te consegui dizer. A tua auto estima é quanto mais sofres, é porque gostas de mim. Estou desfeito em dor. Espero que um dia o sol volte a mostrar-me o teu lindo rosto e o sabor da tua boca. Agora contento-me com o luar dos desesperados e com os sons dos sentimentos mudos. Eu acho que morri, porque se morre quando o coração para e o meu parou quando me falaste em adeus. Continuo viciado em ti. Amo-te.

domingo, 8 de junho de 2008

Felizmente Há Amor

Passaram dias, passaram noites e meses de angústia mergulhada em álcool. Não me saías da cabeça, tornas-te numa amiga fria e apunhalaste-me. Passei maus bocados que ainda hoje me lembro pelo que lutei e tu destruís-te por mero prazer. Nas minhas férias resolvi que te havia de esquecer e contei com os meus amigos, foram um grande apoio, inclusive eu acho que me ajudei bastante a ultrapassar esta fase.
Desgostoso com a vida, navegando por sensações incolores encontrei uma amiga carente, comecei a falar com ela, falamos da relação precária dela e do que me rodeava. Eu não conseguia parar de falar com ela, tínhamos várias conversas sobre sentimentos ingénuos. Eu comentava com o pessoal que tu me fazias bem e foi aí que eu me apercebi que estava a ficar apaixonado e comecei-me a aproximar dela. Tive dias de inveja quando tu estavas com os teus amigos e não me davas a atenção que eu queria, mas uma mensagem ou um simples sorriso voltava a fazer com que eu acredita-se num futuro conjunto. Tu ficaste livre mas recuas-te perante o acabar, foste envergonhada por um crápula e tornas-te frágil como uma pena.
Estou desesperado por beijar-te e por te sentir como uma parte de mim.
Chegamos ao baile de finalistas com uma “relação incerta”, nós estávamos todos bem vestidos mas a minha cabeça só pensava estar sozinho contigo para mostrar ao destino quão agradecido estava. Levei-te da Romeira e fomos andando pela estrada fora que estava deserta pelo elevado adiantar da hora. Sentamo-nos no luar de uma noite quente, onde o rio espelhava as estrelas e o teu lindo olhar enquanto esperávamos pelo nascer do sol. Minha boca vacilava em palavras que tantas vezes te disse, não saía nada apenas tinha um desejo, que uma cervejas me ajudaram a realizar, que foi ao fim deste epilogo conseguir-te beijar e transformar-nos num corpo só. Este momento que tantas vezes deitado em minha cama apenas com a luz da aparelhagem acesa eu imaginei.
Não sei como vai ser o futuro, mas hoje eu posso ser feliz e vou aproveitar tentar aproveitar. Dá-me a tua mão e vamos dançar até o sol nascer. Sofri bastante e só espero que hoje nunca mais acabe.
Porque é que não fizemos isto antes?
Malditas férias que podem estragar esta emoção de ser amado e lembrar-me do que frase “Amei-te do lado errado do coração” significou na minha vida.
Porque é que para sermos felizes temos que sofrer? O sol ergue-se no horizonte e anuncia que hoje FELIZMENTE HÁ AMOR