sábado, 27 de fevereiro de 2010
Réplica
A água cai abruptamente sobre os terrenos fustigados, que parecem o meu coração, estão instáveis, prontos a desmoronar, prontos a dissipar alguma dúvida que reste na sua estabilidade, aptos a desfragmentar a obra do seu criador. A vida continua, as pessoas já não olham para o lado, senão também poderia lá estar, ladeado, outrora, pela perfeição; assim como a chuva não deixa de cair, eu tive que imaginar o vazio, recriá-lo, em poucas palavras, vivê-lo. Tédio, solidão, desespero! Impressionante! Como em tão poucas palavras se pode resumir uma vida.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Delírios à Chuva
Gosto de caminhar por entre as dúvidas quando a chuva quebra o equilíbrio entre o céu e a terra, trespassando tudo e tornando o caminho num mar gentil, que não se afasta de mim como tantas pessoas, ouvem-me. Os sons confundem-se, tudo está em constante mudança, na minha cabeça, em meu redor tudo parece tão sofrido, tudo aparenta uma triste felicidade. Os meus olhos entreabertos resvalam para a profundidade das poças, que são o sofrimento do meu caminho, esse sofrimento tornou-se um hábito, uma barreira insistente, algo que não nos deixa dormir, mas que nos faz sonhar. Poderia ser bom senão fosse um ciclo sem saída. A imensidão do vazio é arrepiante.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Carnaval
Hoje escrevo sozinho, a minha inspiração foi à festa por mim, ele é que é dada a estados de calamidade pessoal. Nem sei bem como explicar estas festividades, para mim são apenas dias em que as pessoas usam máscaras sobrepostas a outras máscaras, para mim hoje o dia foi como eu, triste, desinteressante e amanhã será identicamente desmotivante e frio, é a sucessão de tantas manifestações aplicadas a nada. Parafraseando uma amiga: “…palavras em que os sentimentos são visíveis em cada verso, é gratificante. O pior, é aqueles que apenas lêem. Os que não sentem. Os que não querem sentir…”, para que isto não aconteça, resolvi não escrever sobre este festejo cultural. A inspiração há-de voltar, recarregada de novas esperanças, assim eu espero.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Malefícios de um Sofredor
Toda a raiva que me costumava consumir
Está a ficar incontrolável
E um dia vai acabar por destruir
Tudo o que em mim já foi memorável.
Desta vez atingiu proporções
Inimagináveis, até para mim.
Só queria que todos os corações
Não ligassem o meu nome a um fim.
Atingi quem nunca quis magoar,
De todo não o merecias,
Não te queria ver a chorar,
Mas quero voltar a dar-te muitas alegrias.
Desculpa! Eu sei que não resolve nada,
Evita-se, mas já é o reconhecimento do erro.
Também sei que estás destroçada
Por todos os erros que tenho cometido.
Tenho errado como pessoa e como amigo,
Sinto-me um reles ser desprezível,
Não sei o que se está a passar comigo,
Sei apenas que estou a ficar irreconhecível.
Sinto a falta do teu amor.
Eu sei que agi mal,
Não o precisavas de dizer,
Mas um dia este destino infernal
Vai levar-me a morrer.
Gradualmente, espero eu, vais conseguir-me perdoar,
Foi o que tu sempre tentaste fazer
E ainda é essa a esperança que me faz querer acordar
No meu desapontante e desalentado viver.
Merecerei eu outra oportunidade?
Está a ficar incontrolável
E um dia vai acabar por destruir
Tudo o que em mim já foi memorável.
Desta vez atingiu proporções
Inimagináveis, até para mim.
Só queria que todos os corações
Não ligassem o meu nome a um fim.
Atingi quem nunca quis magoar,
De todo não o merecias,
Não te queria ver a chorar,
Mas quero voltar a dar-te muitas alegrias.
Desculpa! Eu sei que não resolve nada,
Evita-se, mas já é o reconhecimento do erro.
Também sei que estás destroçada
Por todos os erros que tenho cometido.
Tenho errado como pessoa e como amigo,
Sinto-me um reles ser desprezível,
Não sei o que se está a passar comigo,
Sei apenas que estou a ficar irreconhecível.
Sinto a falta do teu amor.
Eu sei que agi mal,
Não o precisavas de dizer,
Mas um dia este destino infernal
Vai levar-me a morrer.
Gradualmente, espero eu, vais conseguir-me perdoar,
Foi o que tu sempre tentaste fazer
E ainda é essa a esperança que me faz querer acordar
No meu desapontante e desalentado viver.
Merecerei eu outra oportunidade?
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Resquícios de um Tormento
Quem sou eu? Não interessa, fiquemos por alguém
Que na penumbra da noite melancolicamente fria,
A inquietude de sua alma é exasperante
Quando se encontra no meio de uma multidão
Tudo parece tão simples, mais que simples,
É como se o azul fosse apenas azul
Ou como se um não fosse apenas a negação.
Então aí lembro-me de uma vida debutante
Onde te dei o meu desmotivado coração
E tu conseguiste-o desfragmentar.
Apenas pedia que fosses sincera comigo,
Podias dizer que me odeias a chorar
Ou transpondo toda a tua raiva para comigo num olhar,
Mas não que me matasses a sorrir,
Tecnicamente não demonstras-te,
Acho eu, porque sinceramente não te conheço,
Aliás nunca te conheci o suficientemente bem.
A única conclusão é que não me dou o suficiente contigo
Para afirmar que nos damos mal.
Morri, voltando a nascer, agora sou apenas ninguém.
Que na penumbra da noite melancolicamente fria,
A inquietude de sua alma é exasperante
Quando se encontra no meio de uma multidão
Tudo parece tão simples, mais que simples,
É como se o azul fosse apenas azul
Ou como se um não fosse apenas a negação.
Então aí lembro-me de uma vida debutante
Onde te dei o meu desmotivado coração
E tu conseguiste-o desfragmentar.
Apenas pedia que fosses sincera comigo,
Podias dizer que me odeias a chorar
Ou transpondo toda a tua raiva para comigo num olhar,
Mas não que me matasses a sorrir,
Tecnicamente não demonstras-te,
Acho eu, porque sinceramente não te conheço,
Aliás nunca te conheci o suficientemente bem.
A única conclusão é que não me dou o suficiente contigo
Para afirmar que nos damos mal.
Morri, voltando a nascer, agora sou apenas ninguém.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Desvio de Personalidade
Não te iludas, sou apenas um fingidor na minha desgraça, aquele que hoje não lhe apetece fingir mais um sorriso, sinto-me apenas triste e com vontade de exteriorizar toda a minha revolta, um infeliz em toda a alegria, sou apenas alguém, um desalentado de mim mesmo, aquele que tu nunca te lembres que conheces-te, para eu não me recordar que te esqueci. Sou um desconsolo de uma desilusão, um incompreendido, até de mim mesmo.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Relíquias
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"
Florbela Espanca
Florbela Espanca
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