sexta-feira, 27 de junho de 2008

Poemas do Desespero

Consegui manter a minha razão
Apesar das tuas atitudes,
Está desfeito o meu coração
E já não tenho virtudes.

A alegria que se esconde
Dos medos e da dor,
Todos perguntam onde
A podemos encontrar
Para depois gritar
Está escondida no Amor.

Talvez um dia possa perceber
O que tu querias com esta situação,
Só consegui sofrer
Por causa da tua intenção.

Necessito de ser compreendido
Como qualquer mortal,
Sinto-me um Homem perdido
Neste Mundo imoral.

O país está mergulhado na dor,
Espalhada por estes governantes
Que tornaram isto um terror
Por causa de serem importantes.

Já não sei o que fazer
Com esta situação,
Se digo o que tenho a dizer
Ou se escondo esta emoção.

Toda esta alegria
Consegue-me perturbar.
É como se tivesse perdido a magia
De poder continuar a sonhar.

Esta terrifica melancolia
Apoderou-se do meu coração
Destruindo toda a minha alegria
De um Homem em estado de destruição.

Percorro esta estrada, mas não sei se tem saída,
Com o sol a iluminar as profundezas da escuridão
De uma vida que se encontra completamente perdida
E destroçada na mansidão de uma fria solidão.

Magoei quem não devia
Porque deixei de querer viver
Por quem não merecia
Que eu continuasse a sofrer.

O vento que não se faz sentir,
O tempo que se vai esgotando
Do infinito sem resposta ando
Por um Mundo que não me consegue ouvir.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sociedade

Este país que é gerido pelos governantes,
Situado entre dois elementos,
É manipulado por estes interesseiros
De actos e ideias transcendentes.

A nossa querida Nação
É debicada por corvos
Que não passam de uns mentirosos
Com o objectivo de acabar com a união.

O país está a ser dizimado,
Um Império que outrora foi rico,
Parece obra do Mafarrico
O clima de terror por ele espalhado.

Já não há nesta região
Homens que consigam dizer
Que este país está a sofrer
Com os abutres desta legião.

Dos combustíveis transformamo-nos em escravos
E é deles que faz girar
O Mundo enfraquecido do trabalhar
Destes Homens imaculados.

Esta Sociedade está dividida
Entre ricos e pobres,
Os pobres cada vez mais pobres
E os ricos com uma vida assumida.

Não sei onde isto vai parar
Esta Sociedade de oportunistas,
Esta Sociedade de intriguistas
Esta pacotilha de embalar.

O povo obediente
Já não consegue acreditar
Nesta forma de lutar
Que tem o nosso Presidente.

Há pessoas que não têm comer
Nesta Sociedade de consumo
De combustíveis sem rumo
Que não param de crescer.

sábado, 21 de junho de 2008

Noites Únicas

Hoje começou o Verão. O dia foi passado como manda as regras da minha Terra. Depois do jantar fui levar o lixo e beber um café. Sentei-me a ler o jornal enquanto decorria um jogo do europeu, depois vi um jogo de snooker sentado numa cadeira e observei uns declamadores vangloriando-se do seu escárnio e mal dizer. Acabei por jogar como o declamador veterano, por sinal um dos melhores, perdendo na negra.
Vim para a rua falar e conviver com a malta mais velha e reparei que estava uma noite espectacular. A minha Terra de Verão costuma ser fria por causa da aragem fresca do mar longínquo e hoje simplesmente consegue-se estar na rua de manga curta. Hoje o céu escuro é pequeno para esconder as estrelas luzidias e a lua apetrechada de paixões estilizadas no glamour do seu luar. Hoje está uma noite como há poucas na minha Terra, a própria noite camuflou-se de luz e cor para dar as boas vindas ao Verão, o escuro contrastando com a luz do amor que gira em torno de dias como este e que muita gente pode dizer que hoje Felizmente Há Luar.
É dias assim que fazem do amor uma forma de vida. Tudo perfeito e um ambiente extraordinário de loucura selvagem cruzado com um clima melancólico e de antologia angelical.
É nestes dias que o impossível torna-se possível e em que os fracos podem-se tornar heróis e deles se rezar a história.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Amor

A Lua ergue-se de sete meses com um esplendor gracioso e brilhante que explora o calor dos meses loucos, fazendo qualquer pessoa titubear em relação à sua Vida. Outrora pensara que o meu coração fosse indelével e num ápice desmoronou-se num coração frágil e doce esperando que tuas ternurentas mãos me ajudassem a compreender a palavra mais utilizada em todo o Mundo. Eu hoje consigo perceber que estar apaixonado é uma sensação única e que nem toda a gente consegue sentir.
Não consigo lidar com esta bátega de sentimentos mas faz-me sentir o Maior e o mais realizado neste Mundo lauto de oportunistas. Não quero voltar a ser um legionário da solidão. O Amor não deve ser só o himeneu, mas uma forma de viver em harmonia e um dever de vivência como o apogeu da nossa Vida.
Alguém sabe como se para o coração de palpitar com tanta velocidade que mais parece uma locomotiva a todo o vapor que nos leva à estação da Felicidade ou dos multifacetados acontecimentos e pensamentos que eu interligo mentalmente à tua imagem? Alguém sabe? Para quê? É doloroso mas no fim é divinal poder sonhar a realidade de ser Feliz.

sábado, 14 de junho de 2008

Som

O dia amanhece lentamente e já alguns se fizeram ao caminho para a escola onde nós conseguimos aprender os pormenores da Vida. Começa a aula e a professora imponente começa a desmantelar as palavras sábias oriundas do latim e consegue a nossa atenção explicando que o som é uma sensação auditiva produzida por vibrações mecânicas de frequência compreendida dentre determinados valores......
Foi a nostalgia destas palavras que me fizeram ver como a minha vida é rodeada de sons que me levam, muitos deles, ao desespero e a voracidade do meu pensamento em conseguir engendrar pensamentos decapitados de verdade e então o ralhar da professora toma o poder de minha imaginação alegando que eu estava desconcentrado na aula e eu memorizei palavras de desgosto e mantive-me calado.
No intervalo venho cá fora ver o corrupio do pessoal por um bocado de nicotina e conseguimos apercebermo-nos do tossir derivado do tabaco, da gargalhada hilariante daquele petulante amigo que consegue mascar pastilha durante horas e consegue dar conselhos como ninguém.
Depois do almoço venho tomar o café com minha mãe, vou desfolhando o jornal lendo as notícias e observando o espalhar da rádio e os velhos que conseguem estar horas a bafejar no cigarro como se tivessem a queimar o destino mergulhado no desprezo. Vou-me embora e reparo no caminhar dos transeuntes que o fazem porque estrepitosamente as nuvens correm em busca de um dilúvio. Bato a porta de minha avó e ninguém responde, vou até ao quintal ver se ela está lá, mas encontro um cenário desolador com uma azafama descomunal dos animais, a aflição das vitimas da chacina e o lacrimejar dos companheiros do galo Custódio. Encaminho-me para casa mas ainda oiço os animais conspirar o amarrar dos traidores e neste momento piso uma poça de lama e oiço chapinhar na água, era a minha mãe que veio ter comigo e disse-me para ir para casa. Deito-me a ouvir o assobio do vento a dilacerar o trigo e a acidez da chuva a bater no vidro, com o rufar da vida, o estalar da pele e o crescer da barba adormeço.
Minha mãe vem ao meu quarto com um respiração ofegante e a sua voz periclitante chamar-me para jantar. Sento-me à mesa e o barulho da televisão incómoda o meu beber de satisfação, o meu comer de contentamento e provoca a queda dos talheres em cima da mesa, o chocar do copo com o prato e ao abrir a garrafa o derrame da bebida, descontente vai largando sobre mim histerismos de impaciência porque quer ir ouvir as récitas do padre no terço e eu coçando a barba aceito as suas ordens para que ela possa ouvir o sino a tanger em sossego. O murmúrio da noite leva-me a deitar na cama e puxar do meu mp3. Ligo-o e começa a tocar o som que o mano Wilson me arranjou, é a “Vida é só uma (esta e mais nenhuma)” onde se prova que o Ribas e companhia continuam fortes e com uma poética espectacular. A música chega ao fim e prossigo o meu devaneio musical passando pelo tocar sombrio do piano de Sassetti na palavra dos Da Weasel acabando na música que o mano Fred me arranjou, onde os Rage estão fortíssimos conseguem um balbuciar inacreditável de palavras venenosas cuspidas em todas as direcções, o Tom a extorquir o melhor daquela guitarra estridente, o Tim a dissecar aquele baixo sufocante e o Brad a manusear ferozmente aquela batida frenética de uma bateria incansável e nisto o telemóvel começa a vibrar, uma mensagem do diabo feminino a pedir-me para que eu reconsidera-se e a pedir-me desculpa pelos seus actos e nesta parte o grande Zack de la Rocha a gritar “no more lies” e foi ai que começou a fogueira de ódio, o gemer de dor, o olhar perturbador, a velocidade do amor a esgotar-se, o sabor da desilusão, o latejar da solidão cravejada de melancolia desesperante de um poeta enterrado a muito e angustia da falta de coragem de ela ter mandado uma mensagem em vez de ter coragem de ouvir o ranger dos meus dentes de raiva e me dizer cara-a-cara tudo o que disse por digitação de números. Enquanto ramificava as ideias acabei por adormecer. Um adormecimento esquisito porque não consegui para de pensar nos tempos em que eu dedilhava o teu cabelo. O meu cérebro não descansa por causa do ruído do pensamento, do roer da consciência e do destroçar do arrependimento até que uma voz me disse que as más notícias podem ser boas se forem lidas de outra maneira.Acordo suado e perturbado com a confusão instalada em minha vida, capto os meus passos no soalho, agonia-me o som do autoclismo, consigo pressentir o adormecimento da água nos canos e estilizar o tempo em cada gota que cai da torneira como se fosse o aproximar do inferno do meu fim. Volto-me a deitar e passadas todas estas sensações auditivas conclui que o pior som do Mundo é o palpitar de um coração rejeitado e o melhor do Mundo é o palpitar de um coração apaixonado.

Soneto à Natureza

Ó Natureza! Onde já chega a tua tristeza?
Já provocas a Guerra,
Tu, Ó Mãe Natureza!
Estás a destruir toda a Terra.

O teu chorar submerge aldeias
E o teu gritar destrói-as por completo.
Eles não se preocupam com estas mudanças
Apenas com o desperdício do ouro preto.

Destroem florestas inteiras
Por causa da sua ambição
Provocam muitas asneiras.

Sofres-te muitas alterações
Derivado desta poluição.
Cuidado com estas malditas Nações.

Poemas

O teu cabelo comprido
Que envolve o teu lindo rosto
E com o teu olhar querido
Me deixam bem disposto.

A minha maior tristeza
É não te conhecer melhor
Para desfrutar da tua beleza
E do poder que é sonhar,
Que um dia te vou chamar
A ti, meu Amor.

Foi-se embora o meu amor,
Eu nunca mais a vi.
E não passa este horror
De pensar que a perdi.

Eu não estava preparado
Para este destino execrável.
E agora me deparo
Nesta situação miserável.

A nossa maior dor
Começa no coração
Origina o Amor
E transforma-se em paixão.

O pensamento
É a capacidade de imaginar
As palavras no momento
Em que estás a sonhar.

Navego pelas memórias
Lembrando-me quando era o maior.
Agora apenas esvazio garrafas
E decifro o significado do Amor.

Respira-se aflição no ar
E já não há alegria,
Já não sei o que é amar,
Estou farto desta melancolia.

Deito-me nos pensamentos
E desapareço no luar
Mostro-te os meus sentimentos
Enquanto estás a sonhar.

Minha alma foi roubada
E espancado meu coração,
Pior do que uma pessoa rejeitada
É uma pessoa cheia de ilusão.

Minha vida foi deturpada,
Meu sangue dissecado,
Minha alma limitada
E o meu demónio libertado.

A terra está dorida,
Todos esperam dela o melhor
Está como a minha vida
Cravejada de sonhos e dor.

Meu coração está destroçado,
Não melhorou com panaceia.
Sinto-me cada vez mais amargurado
E refugiado em minha ideia.

As armas têm que se calar
Para a Guerra terminar,
Para a Paz chegar
E para podermos descansar.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sentimentos Mudos

Olho para o céu e vejo o sol que ilumina a minha alma dos desgostos que a vida proporciona. Ajoelho-me no teu olhar, imagino-te como uma parte de mim. Interrogo-me porque a distância nos separou.
Vejo o sol a fugir do horizonte para não ouvir os meus desgostos e para dar lugar a noite que traz o álcool subjacente à desgraça. Respiro o fogo do teu desprezo e sinto o calor da tua angústia.
Escrevo textos para exprimir a falta que tu me fazes, palavras que nunca te consegui dizer. A tua auto estima é quanto mais sofres, é porque gostas de mim. Estou desfeito em dor. Espero que um dia o sol volte a mostrar-me o teu lindo rosto e o sabor da tua boca. Agora contento-me com o luar dos desesperados e com os sons dos sentimentos mudos. Eu acho que morri, porque se morre quando o coração para e o meu parou quando me falaste em adeus. Continuo viciado em ti. Amo-te.

domingo, 8 de junho de 2008

Felizmente Há Amor

Passaram dias, passaram noites e meses de angústia mergulhada em álcool. Não me saías da cabeça, tornas-te numa amiga fria e apunhalaste-me. Passei maus bocados que ainda hoje me lembro pelo que lutei e tu destruís-te por mero prazer. Nas minhas férias resolvi que te havia de esquecer e contei com os meus amigos, foram um grande apoio, inclusive eu acho que me ajudei bastante a ultrapassar esta fase.
Desgostoso com a vida, navegando por sensações incolores encontrei uma amiga carente, comecei a falar com ela, falamos da relação precária dela e do que me rodeava. Eu não conseguia parar de falar com ela, tínhamos várias conversas sobre sentimentos ingénuos. Eu comentava com o pessoal que tu me fazias bem e foi aí que eu me apercebi que estava a ficar apaixonado e comecei-me a aproximar dela. Tive dias de inveja quando tu estavas com os teus amigos e não me davas a atenção que eu queria, mas uma mensagem ou um simples sorriso voltava a fazer com que eu acredita-se num futuro conjunto. Tu ficaste livre mas recuas-te perante o acabar, foste envergonhada por um crápula e tornas-te frágil como uma pena.
Estou desesperado por beijar-te e por te sentir como uma parte de mim.
Chegamos ao baile de finalistas com uma “relação incerta”, nós estávamos todos bem vestidos mas a minha cabeça só pensava estar sozinho contigo para mostrar ao destino quão agradecido estava. Levei-te da Romeira e fomos andando pela estrada fora que estava deserta pelo elevado adiantar da hora. Sentamo-nos no luar de uma noite quente, onde o rio espelhava as estrelas e o teu lindo olhar enquanto esperávamos pelo nascer do sol. Minha boca vacilava em palavras que tantas vezes te disse, não saía nada apenas tinha um desejo, que uma cervejas me ajudaram a realizar, que foi ao fim deste epilogo conseguir-te beijar e transformar-nos num corpo só. Este momento que tantas vezes deitado em minha cama apenas com a luz da aparelhagem acesa eu imaginei.
Não sei como vai ser o futuro, mas hoje eu posso ser feliz e vou aproveitar tentar aproveitar. Dá-me a tua mão e vamos dançar até o sol nascer. Sofri bastante e só espero que hoje nunca mais acabe.
Porque é que não fizemos isto antes?
Malditas férias que podem estragar esta emoção de ser amado e lembrar-me do que frase “Amei-te do lado errado do coração” significou na minha vida.
Porque é que para sermos felizes temos que sofrer? O sol ergue-se no horizonte e anuncia que hoje FELIZMENTE HÁ AMOR