quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Avenida Maldita

Olho para a avenida e ela está deserta, suja de folhas caídas das árvores, iluminada como a noite e triste como o meu coração. O rio que passa ao lado transborda com a mistura da água com as lágrimas vertidas de minha cara. O céu alegre está escuro e angustiado de ver as pessoas que deixaram de passar à minha rua só para não me cumprimentarem, a revolta é tão grande que chora comigo o esquecimento daqueles que outrora eu chamei amigos.
Meu gélido coração já não consegue distinguir as pessoas umas das outras. A raiva é para ser vivida como uma orientadora da vida, mas a minha tornou-se numa dependência. Será que só a minha pessoa merece ser castigada ou sou só eu que vejo a metamorfose destes animais que se alimentam de pessoas que ainda acreditam no amor?
O sol acordará um dia para eliminar estes preconceitos de que somos alvos por não sermos mais uma cópia sem personalidade destes manipuladores. O vento sopra a minha alma destes terrenos demoníacos e deixa o meu corpo desamparado nesta imensidão que se instalou na Terra.
O pior é que tanto esforço é inglório e seremos trocados por alguém que se mantém fiel a este Mundo cheio de futilidade. A revolução está na minha cabeça, no meu coração está a coragem por ela e nos meus olhos a fraqueza de que isto seja mais um erro. O caminho para a felicidade está submerso na nossa mente e cabe a todos nós com o coração encontra-lo.
Se somos amados, porque nos deixam ir embora?

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