quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Abandono Emocional

            O céu enlouqueceu na acalmia que nele abundava, por entre os sorrisos cínicos algumas lágrimas foram emocionalmente derramadas pela alma incrédula, espelharam o terror do quotidiano pavoroso das pessoas. A Natureza está zangada com todos nós! A noite emergiu com destreza soterrando o meu coração na escuridão a que ele está habituado, a minha alma vai-se tornando pequena para a tristeza que nela habita. Emocionalmente desolado com o abandono e com a confirmação da minha importância, mas singelamente falando a desilusão é gratificante pelo esquecimento que um dia poderá ser reconhecimento. Fui extraditado de algumas vidas, sou um mero desertor da Vida, afinal não somos todos?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Parabéns!

Não preciso que chores por mim,
Nem quando eu morrer,
A nossa pseudo-relação chegará ao fim
E aí tu poderás continuar a esquecer.
Parabéns!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Palavra Perdidas num Coração IV

           A vida é como um livro, deve ser saboreada, se possível cativante para quem a desfolha diariamente, sem nunca revelar o seu fim antes de consumar todas as linhas perdidas pelo imaginário de quem já usufrui do conhecimento que nelas estão implícitas.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sindroma da Paixão

Dei por mim à janela, parado,
Olhando para tudo sem nada ver,
Deve ser isto a que chamam estar apaixonado,
Vendo tudo sem te conseguir esquecer.

A tua alegria era contagiante,
Fazia-me esquecer os meus problemas,
Sobretudo quando de uma forma elegante
Tu amorosamente me falavas.

Tudo era bom, mas por vezes castigador
Quando havia um momento sem te ver.
Por ti aprendi a fazer versos de amor,
Daqueles que nunca imaginei conseguir escrever.

Foste tu, um dia, a cura
Da minha amarga solidão
E com toda a tua ternura
Abris-te o meu coração.

Foram passando grandes dias,
Eu ia desenhando na minha cabeça a perfeição
E tudo o que tu singelamente me pedias
Eu dava sem desconfiar da tua intenção.

Até ao dia em que tudo desabou,
Criou-se um caminho frio no chão,
Separou-nos e o nosso amor acabou.
Resta-me apenas ainda o sindroma da paixão.

E aí morri! Talvez? Para ti quero morrer,
Já não tenho nome, sou de mim mesmo uma encarnação
Que tenta a muito custo compreender
A razão pela qual morreu a nossa paixão.

Foda-se! Só queria ficar para sempre contigo,
Mas tu ainda foste capaz de me magoar
Quando fingiste ao dizer que nem era teu amigo.
Não imaginas como consegui nessa noite adormecer.

Esta nova luz no horizonte que vejo,
Um dia já me fez sorrir,
Mas é idêntica a quem um dia foi o meu desejo
E que por fim me consegui destruir.
Também tenho medo!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Poema do Menino Mau

Meio Alto, de olhos engraçados, com aspecto triste,
Era assim que ele no Mundo conseguia viver
Por entre a sombra e a luz
De quem vive ao sabor do início do amanhecer.

Foi numa manhã de Janeiro muito fria,
Onde a chuva melancólica calou-se para ver
A tristeza profunda que se abatia até nas casas
Quando ele passava no caminho a correr.

O dia banhou a luz do sol numa imensa escuridão
De quem já nada tem para dizer,
Mesmo assim as palavras vieram fazer companhia à sua solidão
De quem já pouco tem para escrever.

O amor que tinham para lhe dar,
Ele não o sabia entender,
Mesmo quando conseguia sonhar
Não o queria tentar mais entender.

Um dia pensou em voar
E caiu estrondosamente no chão,
Ainda não conseguiu recuperar
Da desilusão que nasceu no seu coração.

Talvez tenha medo de ser feliz?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Foi Há Um Ano Que Tudo Começou

A perfeição é uma ilusão de óptica provocada pelo coração,
Originada por algo que nos traga a plena ou parcial satisfação.

Grave, não é não ser convidado para as festas da família,
Grave, não é familiares meus não me procurarem durante anos,
Grave, já nem é sequer não se lembrarem do meu nome,
Grave é eu lembrar-me de isto tudo que deixou de ser grave.

Quando tentei criar uma vida nova,
Não distingui a realidade da ilusão,
Agora que sinto que não sei viver nela
Desisti de ser lembrado por aqueles que têm bom coração.

Nunca deveria ter saído de casa
Naquele fatídico dia
Em que deixei de ser recordado
Por quem alegremente me sorria.

Afinal o que sou? O que se passou?
O que poderia ser? O que queria ser?
Afinal nada aconteceu e ainda me mostrou
O que nunca conseguiria ou poderia ser.

Já nem a chuva disfarça as minhas lágrimas…
Porquê?
Grave, não é saber como isto está a acabar,
Grave, é ter deixado isto começar.

Faz hoje um ano que te beijei pela última vez.