quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Poema Triste

Eu desisto de tentar
Ser uma pessoa normal
Que vive de aparências
Numa sociedade de imitar
O que outros fazem de mal
Para parecerem referências.

Nada do que eu possa fazer
Torna-se relevante nesta sociedade,
Porque o sonho de ser maior
Morre na noite que faz esquecer
O passar da amarga idade
Em comunhão de ser o pior.

Se o passado era quase perfeito,
Onde o álcool regava os nossos dias
E me saciava o esquecimento
De viver um sonho imperfeito
Por ter criado bastantes empatias,
Perdendo a vida em cada momento.

O sol não consegue iluminar minha alma,
Nem me tornar um ser perfeito
Com um bondoso coração
Onde o maior desejo era uma vida calma
Em que existisse algo de verdadeiro
Para alem desta triste solidão.

Perdi a esperança de ser alguém
E de me transformar numa pessoa boa
A quem os outros recordam com alegria,
Mas nunca encontrei ninguém
Que acredita-se que eu sou uma pessoa
Para alem desta imagem dura e fria.

O que me resta é sonhar
Com um dia em que a morte
Acabará com o sofrimento
Que eu sinto com este pensar,
Em que todos merecem a sorte
De me causar um eterno ferimento.

Angelicalmente toca-me o esguio olhar
De alguém que pouco me conhece,
Porque eu não sou que pareço ser
Nem alguém que possa avisar
Que o amor é para quem o merece
E eu não tenho esse dom para viver.

É apenas um poema triste
Que poucos irão ler,
Porque poucos conhecem esta realidade,
Para além de impiedosa, consiste
Em sonhar com a alegria que não se pode ter
E de viver para além da nossa ingenuidade.

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