sábado, 1 de maio de 2010

Blackout

            Sinto-me reles! Sujo, imundo, despercebido, desfalecido, ignorante, ao ponto de deixar o vento trespassar a minha coragem, levando a minha auto-estima, talvez ignorante por acreditar que a chuva pudesse lavar a minha esperança, nem apareceu, fui e manipulei, senti-me mais reles ainda, um bicho, só porque o que idealizei como um ritual consumado ainda não é uma realidade constante e aí quebrei as infinitas rotinas de que já fui dono, quem sabe se uma mera hipótese sem o oxigénio que me queriam tirar, mesmo assim senti-me esquecido por aqueles olhares bonitos, fui deixado, apercebi-me que amanhã podem cá estar, a manipulação foi ajudada por quem foi manipulado e certos olhos talvez não me tenham visto, outros olhares fazem tudo para não me verem, até sempre.
            Hoje sinto-me mal! Mau, raivoso, revoltado, triste, por ainda acreditar nos planos que delineei e por deixar a noite abafar os meus pensamentos, formulando palavras para aliviar a minha amargura. Hoje senti-me indesejado, cansado desta luta, perdido. Hoje…blackout_
            (Lentamente fiquei suspenso noutra dimensão).

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