quarta-feira, 31 de março de 2010

Miúdo

Foi num dia triste que conheci um miúdo,
Todo ele era aleatório,
Não era bonito, nem rico,
Mas tinha uma virtuosa qualidade,
Era feliz e tudo em seu redor
Sentia isso, era notório!
Este poema a ele lhe dedico,
Àquele contente miúdo
Que só queria como pano de fundo
Para a sua modesta vida
Um verdadeiro Mundo,
Que mesmo com o passar da idade
Não caísse numa enorme descida
Às profundezas da tristeza
Contra quem ele lutava com tanta clareza.
Hoje voltei a ver esse miúdo…
De aspecto físico estava igual,
Mas já não tinha o mesmo ar feliz,
A mesma alegria contagiante,
Aliás parecia velho e desinteressante,
Estava quase irreconhecível o miúdo
De quem tanto se disse e ainda se diz
Ser harmoniosamente desigual
A este versátil Mundo
Que nos embala num segundo
Para uma enorme tristeza.
Foi assim que eu o achei!
Só, somente só
De tudo o que o rodeia,
Mas sonhador com destreza
Numa realidade alheia
Que dizimou em pó
Toda a sua energia.
Hoje quando vi esse miúdo
Achei-o parecido com alguém,
Desumanizado miúdo
Que voltaria a encontrar
Quando me olhei ao espelho
E o vi a chorar.

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