terça-feira, 9 de março de 2010

Intencionalmente Déspotas

               O sol findou dias de intensa chuva, os meus olhos cerravam com tanta luminosidade, mas o frio gelava o meu coração e o vento abria a minha alma, um bom dia, podia até ser excepcional, mas tanta luz traz a verdade para tantos olhos, a minha imagem será sempre o meu cartão de apresentação, por sinal um mau cartão, que será sempre superior a qualquer outra minha qualidade, porque o meu extravagante corpo será sempre a primeira palavra da minha boca, mesmo fechada, a caracterização de uma pessoa. O mais engraçado, para além das mil lâminas que atingem a minha moral senão tiver o padrão da perfeição instituída pela déspota sociedade, sou considerado arrogante caso discorde com alguém, sobretudo se me for superior na escala, talvez seja um pouco, mas talvez seja mais um revoltado, um exaltado; quem sabe eu poderia nem precisar de nada disto para viver, mas para pessoas como eu, encorpados desproporcionais, o limite é o vazio, a inexistência, a extinção. Só nos resta a lamentação silenciosa.

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