segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pirâmide

Ficou suspensa no horizonte a chuva quente
Que andava perdida num qualquer coração,
Que suspira por quem o torna eloquente
Nestas tardes abrasivas de Verão.

As horas não passam de tempo,
Um tempo interminável pela tua presença,
Que chega a desesperar por ser tanto tempo,
Para tão pouco naquele que nos une na indiferença.

Talvez os olhares nada queriam dizer,
Quem sabe se nem seriam para mim,
Mas esta esperança, apesar de sem força para viver
Ocupa-me a alma e a tristeza que por vezes tenho em mim.

Faz-me sentir vivo, com coração,
Pronto acreditar ou até mesmo a amar
Quem me tem prestado um pouco da sua atenção
Naquele frio reduto que costuma estar a abarrotar.

Não vejo em mim nada capaz de o fazer,
Sou simples e simplesmente desinteressante,
Talvez complicado de compreender
A loucura que me torna interessante.
(Momento de Modéstia)

É nesta pirâmide que balança de contradições
Que tento viver, reinventar
Uma Vida esquecendo as desilusões
Para ser feliz, para poder sonhar, para amar.

Foi assim que hoje me senti, com saudades de te ver,
De imaginar o impossível, de olhos abertos para poder acreditar
Em ti ao meu lado, pronta e disposta a vencer
A barreira que inventei para ocupar o meu lugar.

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