sexta-feira, 11 de junho de 2010

Desânimo

Apodera-se da minha boca um triste silêncio,
Aliás em meu redor impera este intimidador silêncio
Que apenas se quebra com a chuva que me veio acompanhar,
Mas até ela parece desiludida,
Cansada, fulgurante e repentina na sua despedida
Dando lugar ao sol que nos tenta acariciar.

São destroços aquilo que vejo dentro de mim,
São estilhaços, fragmentos, páginas, linhas, palavras, silêncio,
Mais e apenas silêncio.

Às vezes viver é um desalento,
É um caos de interrogações,
Um labirinto de esperanças
Que só brilham quando estamos a sonhar.
A exaltação torna-se num vício,
A revolta incessante apodera-se do silêncio
E tudo o que poderia ser um sinónimo de vida
Torna-se uma antítese de viver,
Até amar (entre tudo ao específico) parece aborrecido.

Nem sempre consigo disfarçar a tristeza,
Mas também não adianta andar sem sorrir
De tudo, de mim,
Tento e treino uma felicidade,
Algo que me faça acreditar que estou vivo.
Tento reinventar um sorriso
Para não parecer tão mal, nem que seja
Para não estarem constantemente a perguntarem o que tenho,
Como senão o soubessem!

Desligo o coração, ligo apenas a cabeça,
Como se isso fosse possível?
Talvez fosse bom!
Porque por vezes acreditar
É dar mais uma oportunidade para nos magoarem.

2 comentários:

Unknown disse...

Off topic:
Muito porreiro o novo design do blog ^^

Ana Rita disse...

O Blog está excelente padrinho.

Em relação ao texto, está magnifico como sempre
beijinhos