terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia da Criança


  
          Sinto-me ridículo por acreditar que sou forte, capaz de viver a vida sem olhar para trás, não passando de um fraco, amor, carinho, afecto. Deixo o Mundo à conquista para quem o quiser fazer. Gelei! Caía do telhado um caminho de água disperso, revia-me nele, cada pingo que batia estrondosamente no chão parecia um dia da minha vida, um dia secará e acabarei por morrer, o Mundo seguirá o seu destino e tudo não passará de paisagens temporais. Sinto-me fraco desde o dia em que nos perdemos, fraco ao ponto de ser manipulado por sentimentos bonitos, fraco por tê-los tornado em sentimentos esquecidos, fraco por ter vontade de chorar, fraco por me sentir sempre fraco.
           Tento reinventar a felicidade nesta felicidade toda e sentir que tudo não passa de nada, aliás tudo se transforma em nada, deixo este tudo de nada se apoderar de mim mesmo. Fico ausente para continuar a lutar contra este sentimento que tende em resumir tudo à inexistência. Até podia ter começado com um “Foi há um ano que te perdi”, mas até para isso me sinto fraco, por estar sempre a constatar a minha derrota, talvez também a tua.

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