quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dardos

As horas são poucas, mas o dia já começa a chegar,
Trago ainda em mim o cheiro daquela bebida
Que me acompanha e ajuda-me a ganhar
Neste jogo que se chama Vida.

Sinto o vosso desprezo como um dardo envenenado,
Alguns amigos são uma pura desilusão
Que não vêem com bom agrado
Um falhanço provocado pelo nosso coração.

Vejo tantos alvos se moverem em diferentes direcções,
Com a ânsia de não falhar
Fico estático ao ver esses belos corações,
Que leva à decadência de cada dardo até não conseguir acertar.

Tento abandonar esta sala de jogo manipulado,
Já não a suporto, vejo aqui todos os meus sonhos
Desfeitos em mais um dardo falhado,
Perdidos na escassez dos pontos.

Deixo os dardos caírem da minha mão,
Estou intratável, preciso de não sufocar,
Aqui continua o mesmo alvo sem ambição,
Aqui estou eu pronto para outro jogo começar.

Paro, tento respirar, vejo pessoas em movimento,
Era assim que eu deveria sempre as conseguir ver,
Deixar para trás esta visão, limpar o pensamento
De tantos momentos, acreditar, recomeçar, talvez viver.

Quero deixar de ser um jogador,
Gostava de reconstruir todos os meus alvos,
Procurar a minha idade no alvo com muito amor
Para me lembrar que ainda estou vivo, mesmo sem os dardos.

1 comentário:

Ana Rita disse...

Mais um belíssimo texto do meu padrinho . Este jogo de palavras que tu fazes fazem com que goste bastante de «te» ler . continua . Beijinho . Afi <3