sábado, 28 de agosto de 2010

Café Esquecido em Mim

           Nada em mim tem encanto! Confirmo isto ao segundo café que tomo nesta mesa de café onde observo mulheres bonitas descompensadas em tecidos, algumas com calças geometricamente rasgadas para dar um ar mais rebelde, usando argolas de pirata que baloiçam ao sabor de cabelos vastos e oblíquos, pessoas que escondem a sua alma em óculos escuros de várias cores e feitios, mulheres de cores aguerridas, deslumbrantes, impressionantes, semelhantes. Em todas elas existe bastante em comum, às vezes até demais. Todo este Mundo de impressionismo deixou-me arrebatado, vi no meu desejo a fraqueza, o desespero de errar, senti-me vazio naquela sala de luzes loucas. Penso e volto a pensar, observo, hesito, perco o meu brilho, como se ainda o tivesse, talvez ainda ganho uma certeza, fazias cá falta, volta depressa. Cheguei triste e triste voltei, desfiguro-me ainda mais para adormecer, para pensar numa felicidade, para recordar e quem sabe para esquecer, tudo o que é bom, um dia magoa-nos.

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