sábado, 17 de abril de 2010

Tempo

           O tempo não foi só feito para nos propagar por espaços indefinidos, às vezes também merece ser utilizado, perder-se nele observando o Mundo. Esta noite o céu está abismal, está estrategicamente pintado de estrelas d’alva, daquelas que nunca me vieram adormecer ao sabor de uma voz ténue, mas que continuam esbeltas e graciosas por abrilhantar um azul que dorme no céu sobre o olhar de quem passa maravilhado com a esplêndida noite que nos está a ser presenteada pelo tempo que passa. O sol, esse fingido caminhante intempestivo, dorme descansado no silêncio da noite, fechou os olhos na indiferença da escuridão, mas nisto começa a chorar, caiem pingos aleatórios, diagonais sobre o alcatrão, tornam-se agressivas estas lágrimas sem motivo aparente ao ponto de domar o tempo com tons melancólicos, dissipando toda uma atmosfera mística em algo megalómano. A noite perdia o seu encanto natural, as estrelas perderam-se na imensidão do céu e o tempo, essa constante da vida, trouxe um sol apático, daqueles que contam histórias, breves passagens aproveitadas pelo tempo para descansar no silêncio que agora chegou e que assim me deixou. Parei aqui num dia…

Sem comentários: