segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Doença do Séc.: XXI

O dia acordou triste e sombrio,
Rejeitado e ignorado pela manhã,
Ou será que me tornei frio
E inseguro sobre um novo amanhã?

Nada mudou desde Agosto,
Já pouco tenho para comer
E quando no espelho vejo o meu rosto
Só me apetece é morrer.

Fui afectado por uma nova doença
À qual todos tentam escapar,
Mas já perdi toda a minha crença
Em voltar a poder sonhar.

Tenho saudades da ouvir as máquinas a falar,
Dos colegas que não posso esquecer,
Mas ao mesmo tempo que me lembro disto tudo
Recordo-me de tudo o que acabei de perder.

Eu prometi que não escrevia asneiras,
É sempre um gesto pouco nobre,
Mas epá! Foda-se!
Também nunca pensei ficar pobre.

A minha vida desabou na merda
E ver tudo o que construí com o coração
Ser dizimado por corruptos
Sem qualquer tipo de contemplação.

O que queria para o Natal?
Voltar a ver os meus filhos a sorrir
Por entre a comida e os presentes
Que eles gostavam de abrir.

Agora resta-me apenas esperar
Que Deus se lembre de mim,
Deste meu triste fim
E nos venha salvar.

"O Mundo deveria de olhar com os mesmos olhos para todos, sem distinguir, tornar-nos apenas irmãos."

Feliz Natal

1 comentário:

Ana Rita disse...

Padrinho , este está lindo . Quem lê,guarda-o o nocaração.Triste mas lutador.

Beijinhos