domingo, 11 de outubro de 2009

Vagabundo

Já passava um pouco das vinte horas, quando o vagabundo decidiu sair à rua, a noite que estava tão agreste como a combinação da escuridão com a sua alegria, mesmo assim acolheu-o com misericórdia e compaixão pela tristeza que trazia no olhar, tudo à sua volta não passava de meros adereços insignificantes que retumbavam à sua chegada. Nada para ele fazia sentido, não era feliz, nem já era bem disposto, era apenas uma alma que vagueava por entre jogos de sombras e de opiniões meticulosas.


Todos somos uns vagabundos neste Mundo, mas ele distinguia-se pela melancolia que evidenciava em tudo o que fazia, toda aquela solidão que o protegia, sem saber que a solidão pode devorar-nos e por isso temos que lutar pela felicidade; tudo para ele era supérfluo e nada já o motivava, todo ele era triste e um dia passei por ele, olhei-o e disse:

- Boa Noite, mas eu conheço-te!

Nem reagiu, pois todo ele já não existia.

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