terça-feira, 6 de outubro de 2009

A História de uma Viajante Distante

A chuva vai entoando o meu adormecer, enquanto eu me vou lembrando dos dias em que a Primavera reinava, essa menina já distante que trazia os primeiros raios de sol. E não foi só o sol que ele trouxe, mas sim também a graça de poder ser padrinho de uma passarinha que fez o ninho defronte de uma das minhas janelas. Acompanhei o período de gestação e o crescimento de mais três afilhados, até ao dia Mundial da Criança em que a minha Filó desapareceu até hoje, nunca mais me visitou, demonstrou ser uma ingrata e quando eu tentei-me aproximar fui excluído, afinal nunca fiz parte da sua família. Talvez ela um dia volte, mas se calhar nunca para o mesmo lugar que tinha no meu coração.


Dezembro é o mês da ilusão e sentir que bastava uns dias para me tornar maior, estatelei-me no seu voar para o esquecimento, afinal nunca passei de um desconhecido. É tão triste viver acreditando no reconhecimento.

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