quinta-feira, 18 de junho de 2009

Poema Corrido

Todos me julgam, sentem-se os maiores ao faze-lo,
Para vincar o seu existir,
Para voar pela minha tristeza,
Mas depois passa e esquecem,
Não pedem desculpa,
Seguem apenas
Sem se lembrarem que existem palavras que nos conseguem magoar.
Não é fácil arranjar força para sorrir
Quando nos apetece fugir,
Ao menos se houvesse uma explicação,
Uma alegria neste viver
Seria mais fácil emergir
Desta inerente solidão
Que me faz querer esquecer
A vontade que eu tenho de sorrir.
Como diria Fernando Pessoa:
“Pedras no caminho?
Guardo-a todas, um dia ainda vou construir um castelo...”
Para quê? Não teria ninguém para o mostrar,
Prefiro agarra-las e apedrejar-me
Com força para criar uma dor ainda maior
Do que viver aqui sem amor.
Cometeria um erro?
Talvez, mas ao menos não tinha que implorar
Pela atenção de ninguém,
Seguiria sujo e imundo pela estrada
E olharia para tudo se desviando da minha imagem
E sucumbido no sangue ou subjugado na dor
Pararia na estrada e cairia estrondosamente nela
Sem motivo aparente para me levantar
Ou que acreditasse que valeria a pena
Pensar em voltar deste miserável fim.
Quero ver chover
Para me lembrar como os meus problemas
São supérfluos aos olhos de toda gente
E para lavar a minha alma
Deste tédio que é viver
Sem saber como hei-de sorrir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem saber como sorrir, ora... da forma mais natural que o rossiro surigr, como é obvio.
às vezes é necessário afastarmo-nos das pessoas que amamos para sermos felizes, por mais contraditorio que isso possa parecer.

Obrigada pela excepção